Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2024
A Austrália atrai brasileiros que buscam por oportunidades de viver no exterior. O País precisa de mão de obra de trabalhadores estrangeiros e por isso facilita a entrada de imigrantes em seu território. Mas como é morar na Austrália, o custo de vida, os salários, o processo para imigrar e o trabalho no país? Brasileiros que vivem e trabalham na Austrália contam abaixo sua experiência.
De acordo com o governo australiano, brasileiros formam o maior grupo de imigrantes da América Latina para a Austrália. Os mais recentes dados do Censo 2021, apontam que existem cerca de 46,7 mil brasileiros morando por lá. Desses, 20 mil são estudantes.
A Austrália está no 10º lugar no ranking de países mais felizes. Os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o país tem um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais altos do mundo.
Por que a Austrália?
O País apresenta algumas semelhanças com o Brasil. O casal paulista Victoria Magliani, 27 anos, e Gabriel Magliani, 27 anos escolheu a cidade de Gold Coast por ser semelhante ao clima da Baixada Santista, onde moravam. “O clima daqui foi o que mais nos chamou atenção. Gostamos de calor, e queríamos uma experiência de morar fora sem uma mudança climática drástica”, explica Victoria.
Eles também destacam a diversidade cultural do País. ”É difícil você encontrar um australiano, há muitos imigrantes de todos os lugares: japoneses, indianos, brasileiros”, afirma Gabriel. É comum ouvir português nas ruas. Andamos como se estivéssemos no Brasil, isso nos faz sentir em casa.
Segundo o casal, no início, é difícil aproveitar a qualidade de vida do País devido à carga de trabalho intensa. “A gente mal vive a qualidade de vida no início porque você trabalha de segunda a segunda,” explica Victoria.
Essa realidade reflete a experiência de muitos imigrantes, que precisam se adaptar rapidamente e trabalhar arduamente para se estabelecer no novo país. Depois de um tempo, conseguem desfrutar de uma rotina mais estável.
Desafios e oportunidades
No começo, as profissões com oportunidades de trabalho na Austrália para imigrantes costumam ser de faxineiro, garçom, pedreiro, pintor, entregas e reformas em geral. Um exemplo comum é o de traffic controller, profissional que seguram placas de “Pare” e “Devagar” no trânsito durante obras nas pistas.
Gabriel, que chegou sem falar inglês, trabalhou bastante fazendo mudanças e entregas de comida, enquanto Victoria atuou como faxineira. “Para quem chega sem inglês, os primeiros empregos são faxina, mudança e entregas de comida,” afirma Gabriel. “São trabalhos que você consegue arrumar facilmente, mesmo sem falar a língua.”
Atualmente, Victoria trabalha como consultora de vendas em uma agência de intercâmbio local, e Gabriel é motorista. Para quem já possui um nível razoável de inglês, as oportunidades iniciais incluem empregos em bares e restaurantes.
No entanto, imigrantes com visto de estudante enfrentam a limitação de 24 horas semanais de trabalho, dificultando a obtenção de empregos em tempo integral. Geralmente, esses serviços são de meio período ou casuais.
Os setores de construção civil e saúde também demandam muitos trabalhadores estrangeiros, oferecendo diversas oportunidades devido à grande necessidade de profissionais qualificados.
A Austrália tem benefícios atraentes para os trabalhadores. Os australianos conseguem aproveitar a vida porque muitos trabalham em horários flexíveis e home office, além de geralmente possuírem suas próprias casas, o que reduz o custo de vida.
A Austrália é conhecida por oferecer uma das melhores qualidades de vida do mundo, em 10º lugar segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da ONU. De acordo com eles, “a Austrália é uma mãe para os australianos.”
No entanto, para os imigrantes, essa realidade pode ser um pouco diferente. Eles usufruem parcialmente dessa qualidade de vida até se estabelecerem no País.
A infraestrutura de lazer na Austrália é excelente tanto para imigrantes quanto para os locais. Existem muitos eventos gratuitos, feiras, shows e campeonatos, como o mundial de surfe, que são acessíveis a todos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.