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Autoexame do pulso pode ajudar a identificar arritmias cardíacas

Avaliação simples permite reconhecer alterações na frequência e no ritmo de pulsação. (Foto: Apicha/Adobe Stock)

Você sabia que a frequência e o ritmo da pulsação podem fornecer pistas importantes sobre a saúde do seu coração? Como nem todas as pessoas que possuem algum problema cardíaco apresentam sintomas, uma ferramenta acessível a todos é realizar o autoexame de pulso. Se identificar alguma alteração, é importante procurar uma unidade de saúde para uma avaliação mais detalhada, já que a técnica não substitui uma avaliação médica profissional.

“O autoexame do pulso é uma prática simples e eficiente de monitorar a saúde cardíaca. Desta maneira, é possível buscar uma avaliação clínica adequada, uma vez que a detecção de irregularidades, como batimentos sem um ritmo normal, que variam bruscamente de frequência, pode ser um alerta para condições como fibrilação atrial ou extrassístoles [batimentos cardíacos extra] frequentes”, afirma o cardiologista Alexsandro Fagundes, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) e professor do curso de medicina da Universidade do Estado da Bahia.

Na literatura médica, é consenso adotar como referência o intervalo entre 60 e 100 batimentos por minutos (bpm), que é considerado normal para adultos em repouso ou realizando simples tarefas do dia a dia. Esses valores são relevantes para avaliar alterações na frequência cardíaca, chamadas de arritmias. A orientação dos especialistas é fazer o autoexame uma vez por dia.

“As arritmias que comprometem o funcionamento normal do coração reduzem drasticamente a frequência cardíaca. Existem também as taquicardias, que podem ser de diversas origens, com ou sem doença cardíaca prévia. E, em especial, os batimentos irregulares, que podem sinalizar a presença da fibrilação atrial, que é uma arritmia que pode ser silenciosa, mas requer tratamento preventivo para evitar complicações importantes, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou insuficiência cardíaca”, alerta o presidente da Sobrac.

A pulsação, medida facilmente na região do punho logo abaixo do polegar, reflete a frequência cardíaca. É possível verificar o número de batimentos por minuto através da contagem do pulso radial. Dessa forma, a frequência elevada no repouso, chamada de taquicardia (acima de 100 batimentos por minuto), frequência cardíaca baixa ou bradicardia (batimentos abaixo de 50 por minuto) ou ainda a percepção de batimentos irregulares, que podem sinalizar a presença de algum distúrbio do ritmo que necessite de uma avaliação clínica.

É preciso ficar atento quando há uma sensação de aperto do lado esquerdo do tórax, que pode irradiar para o queixo ou braço esquerdo. Paiva explica que, a sensação é de queimação e pode ser confundida com sintomas de refluxo. Se a dor persistir por mais de 20 minutos e estiver associada ao suor frio, palidez e enjoo, deve-se procurar um médico com urgência.

“O autoexame do pulso pode ser complementado por diversos tipos de monitor de frequência cardíaca, como medidores de pressão arterial e, especialmente, relógios de pulso ou telefones celulares. Muitos desses dispositivos vestíveis são capazes de registrar eletrocardiograma, auxiliando o diagnóstico de diversas arritmias cardíacas”, sugere o cardiologista Guilherme Fenelon, coordenador do Centro de Arritmia do Hospital Israelita Albert Einstein e professor em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Frequência cardíaca

O coração de uma pessoa jovem e saudável, com idade entre 18 e 21 anos, geralmente bate entre 60 e 90 vezes por minuto. Entretanto, é importante destacar que se a frequência cardíaca ultrapassar ou ficar abaixo dessa faixa, não necessariamente indica a presença de algum problema cardíaco.

Quando alguém está fazendo exercícios físicos, por exemplo, a frequência cardíaca pode chegar a 150 ou 160 bpm sem que isso seja um risco para a saúde. Da mesma forma, em situações de estresse físico ou emocional, é esperado um aumento da frequência.

No outro extremo, durante o sono existe uma diminuição natural da pulsação cardíaca. Essas variações acontecem conforme o corpo reconhece as diversas situações e ajusta o ritmo do coração para a resposta mais adequada a cada cenário.

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