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Economia Autonomia do Banco Central é o maior legado de Roberto Campos Neto como presidente da instituição, dizem especialistas

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Analistas concordam que a impossibilidade de demissão do presidente do BC criou momentos de volatilidade. (Foto: Agência Brasil)

Presidente do Banco Central (BC) desde 2019, Roberto Campos Neto, que encerra seu mandato nesta semana, deixa como principal legado o aprimoramento institucional da autarquia, segundo agentes do mercado ouvidos pelo Estadão/Broadcast. O maior exemplo é a autonomia operacional do BC, conquistada em 2021, em grande parte em razão de um esforço pessoal dele.

Analistas concordam que a impossibilidade de demissão do presidente do BC criou momentos de volatilidade. Insatisfeito com os juros e enxergando em Campos Neto um representante do bolsonarismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou várias vezes publicamente a autarquia e o próprio Campos Neto. Mas também foi a autonomia que blindou as expectativas de uma desancoragem mais forte desde 2023, ao garantir a continuidade da âncora monetária.

“Foi diferente a experiência de você ter um governo que é fiscalmente meio irresponsável, mas ter o BC segurando a parte monetária”, afirma o diretor de macroeconomia do ASA, Fábio Kanczuk, que foi diretor de Política Econômica do BC entre 2019 e 2021.

Ainda em meados de 2022, em meio às propostas de expansão fiscal nas eleições, as expectativas para a inflação de 2024 – então de dois anos à frente – começaram a se deslocar da meta. No fim do ano, acomodaram-se em 3,5%, 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%, em razão das discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que elevou o limite de gastos do Executivo.

Entre os últimos dias de 2022 e os primeiros de 2023, as expectativas voltaram a subir, especialmente após Lula defender uma mudança na meta de inflação.

“No atual governo, com o Executivo batendo no BC, foi importante ter a autonomia, que ajudou na condução da política monetária”, afirma Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC e consultor da Pinotti & Schwartsman Associados.

Gestão

A gestão de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central (BC) chega ao fim como a que mais descumpriu metas de inflação. Foi em sua administração também que a taxa básica de juros, a Selic, caiu à mínima nominal histórica, de 2%, em 2020. Dois anos depois, porém, subiu de novo, e hoje está em 12,25%. A avaliação de especialistas é de que Campos Neto enfrentou períodos “anômalos”, como a pandemia de covid-19 (20202023) e guerras, como a da Ucrânia, o que explicaria o vaivém dos índices, tanto da inflação quanto da Selic.

Na sexta-feira, em transmissão ao vivo em que fez um balanço da gestão, Campos Neto afirmou que, neste ano, “nem o (Banco Central) do Brasil nem nenhum do mundo” cumpriu a meta de inflação. Antes, em novembro, ele havia dito que cumprira as metas nos dois primeiros anos de mandato, mas veio então a pandemia. Segundo ele, foi o momento mais tenso da gestão, pois via “uma coisa grande vindo”, mas as informações ainda eram desencontradas. (Estadão Conteúdo)

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