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Mundo Autoridades francesas prenderam dez pessoas depois da decapitação de um professor nos arredores de Paris

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Samuel Paty tinha 47 anos. (Foto: Reprodução/Twitter)

Autoridades francesas anunciaram a detenção de dez pessoas na investigação do brutal assassinato de um professor nos arredores de Paris, na sexta-feira (16), em um ato que está sendo considerado um atentado terrorista ligado ao extremismo islâmico.

De acordo com o jornal Le Monde, entre os detidos estão quatro parentes — os pais, o irmão menor e o avô — de Abdoullakh Aboyezidvitch A., apontado como o autor do ataque e morto ao reagir à abordagem policial logo após o crime. Ele tinha 18 anos, nasceu na Rússia, com os pais de origem chechena, e vivia na França havia 12 anos, com status de refugiado. A polícia afirma que ele não tinha antecedentes criminais nem aparecia como suspeito de estar associado a radicais. A Embaixada da Rússia em Paris afirma que Abdoullakh não tinha qualquer relação com o país desde 2008.

Neste sábado (17), as autoridades revelaram a identidade da vítima: era Samuel Paty, de 47 anos, que lecionava História e Geografia e era querido dos alunos. No começo do mês, Paty iniciou um curso sobre liberdade de expressão, e no material didático ele apresentava caricaturas do profeta Maomé, a reprodução de cuja  imagem é vetada pelo islamismo.

Antes de uma dessas aulas, quando o professor mostrou a caricatura de Maomé agachado, ele sugeriu aos estudantes muçulmanos que saíssem da sala para evitar constrangimentos de qualquer tipo, de acordo com o relato à AFP do presidente da associação de pais e mestres da França. Além de sua brutalidade, o crime chocou por ter atingido a educação pública, que é considerada uma das bases da República francesa.

‘Isso tem que parar’

Mas alguns pais de alunos se sentiram ofendidos pelo conteúdo do curso e pela sugestão feita aos alunos muçulmanos: em um vídeo publicado no Facebook e relatado pelo Le Monde, o pai de uma aluna de 13 anos chama Paty de “criminoso” e afirma que “isso tem que parar”, referindo-se  às aulas. Outros vídeos semelhantes surgiram nos dias posteriores, além de muitos pedidos à direção da escola para que o professor fosse demitido. Um dos autores dos vídeos está sob custódia das autoridades, mas não se sabe se tem ligação com o assassino. A meia-irmã de um dos presos pertenceu ao Estado Islâmico, e um outro homem detido envolvido  na produção de um doa vídeos já era conhecido dos serviços de segurança.

De acordo com a polícia, Abdoullakh pediu a alunos da escola que apontassem Paty na saída das aulas. Ele o seguiu e o atacou com golpes de faca. Depois, o decapitou e postou a imagem no Twitter, em uma publicação rapidamente apagada pela rede social, mas ainda visível em outras plataformas.

O ataque, segundo do tipo em menos de um mês, provocou uma onda de consternação e solidariedade ao redor da França, que viveu graves atentados em 2015 e 2016. Vigílias e homenagens ocorreram por todo o país. Na própria sexta, o presidente Emmanuel Macron foi ao local do ataque e pediu que “toda a nação proteja e defenda os professores”. Neste sábado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, enviou uma mensagem de solidariedade a todos os professores, “na França e na Europa”.

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