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Notícias Auxiliares de Lula voltam a reclamar da postura do ministro da Fazenda nas redes sociais

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Anúncio de Gleisi Hoffmann provoca dúvidas no mercado financeiro sobre a força de Haddad no governo. (Foto: Edu Andrade/Ascom/MF)

Auxiliares de Lula no Palácio do Planalto voltaram a reclamar da postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas redes sociais, ao classificar de fake news as notícias que mostraram o aumento da contribuição para os MEIs.

“Os bolsonaristas começaram a divulgar mais uma fake news. A contribuição social do MEI continua em 5% do salário mínimo, como sempre. E só pode ser alterada pelo Congresso Nacional. Não há nenhuma iniciativa parlamentar nesse sentido. Quem espalha essas mentiras está atrapalhando o empreendedor brasileiro”, postou o ministro no X.

Para os colegas de governo, Haddad pisou na bola de novo. Afinal, todo trabalhador sabe que o imposto, na prática, subiu porque é atrelado ao salário mínimo, que também subiu e elevou, assim, a contribuição. Negar isso, na avaliação do Planalto, é cair no mesmo erro do episódio do Pix, quando o governo tomou uma surra da oposição nas redes ao tentar negar o aumento da fiscalização da Receita Federal sobre transações financeiras.

“O aumento de imposto para o MEI é realidade. Chamar de fake news é a própria fake news”, diz um auxiliar de Lula no Planalto.

No mundo real, o que importa, para quem paga imposto, é que está saindo mais dinheiro da conta para bancar o governo. O salário mínimo sobe, mas a renda de muito trabalhador, que dá duro como empreendedor, segue a mesma. O motivo de a contribuição ter ficado mais cara pouco importa.

E agora?

A nomeação de Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política como ministra da Secretaria de Relações Institucionais é vista no mercado financeiro como uma derrota de Haddad. “Dançou”, reagiu um interlocutor de destaque no mercado financeiro. “A situação dele (Haddad) se assemelha à de Paulo Guedes no início de 2020, quando chegou-se a cogitar a saída dele do ministério”, avalia, em referência ao ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro. “Ficou no cargo, na época, porque não tinha ninguém mais.”

Crítica da política fiscal e das medidas de corte de gastos do ministro, a avaliação no mercado é a de que Gleisi, agora, ampliará seu poder de influência e reforçará opiniões contrárias à da equipe de Haddad que já são defendidas pelo ministro Rui Costa (Casa Civil).

“Haddad está gradativamente se enfraquecendo desde o final de 2024, quando as medidas fiscais foram mal empacotadas, apresentadas e absorvidas”, avalia o diretor de uma grande consultoria econômica. É fato, porém, que apesar do desgaste recente, o ministro, petista de carteirinha, tem acesso ao presidente Lula e poder de convencimento sobre ele. O momento e a estratégia política diante do contexto atual, em que o governo perde popularidade e cresce a avaliação negativa a cada semana, porém, podem sugerir ações em direção oposta ao que prega o ministro.

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