Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Avaliação constante pode mudar aprendizado do ensino fundamental ao médio

Compartilhe esta notícia:

Avaliar estudantes não pode ser uma forma de puni-los, defende especialista

Foto: Divulgação
O coronavírus provocou a suspensão das atividades presenciais nas escolas brasileiras. (Foto: Divulgação)

Nota, boletim, recuperação: esforçar-se no final de cada bimestre para alcançar a média necessária para a aprovação ainda é uma realidade para muitos estudantes brasileiros. Mas, com avaliações periódicas, o acompanhamento constante da aprendizagem é um importante aliado para garantir um melhor desenvolvimento do ensino e, talvez, em um futuro próximo, mudar esse cenário.

Essa estratégia é positiva para lidar não apenas com as dificuldades normais de aprendizado, mas também com os impactos da pandemia na educação de crianças e adolescentes. Trata-se de uma maneira de identificar possíveis lacunas na absorção dos conteúdos e, com isso, corrigir a rota antes mesmo que o estudante passe pela avaliação somativa, que é a que estabelece notas e/ou conceitos.

De acordo com a coordenadora editorial de avaliações do Sistema Positivo de Ensino, Deise Lucide Martins Dos Santos, a mudança no perfil de avaliações tem trazido bons resultados. “Em 2020, percebemos que seria necessário encontrar um caminho para acompanhar mais de perto o que os estudantes estavam, de fato, aprendendo, em meio à pandemia e ao ensino remoto. Foi por isso que criamos a avaliação diagnóstica, que ajuda a entender se aquele aluno classificado como bom realmente consolidou a aprendizagem”, explica.

Desde 2021, todas as escolas conveniadas passaram a contar com uma solução integrada de avaliações. O pacote compreende três tipos de avaliação: a diagnóstica, que permite constatar defasagens e lacunas, além de identificar se o problema está no conceito do conteúdo trabalhado ou no cognitivo do estudante; a formativa, realizada ao fim de cada capítulo do material didático, que ajuda o professor a acompanhar a evolução da aprendizagem daquele aluno; e, por fim, a avaliação somativa, exigida por lei, que classifica o aprendizado de acordo com notas e/ou conceitos.

Avaliação não pode ser “terrorismo”

De acordo com Deise, mais que uma mudança de processo, trata-se de uma mudança de paradigmas. “É fundamental trabalhar com os estudantes para que eles não vejam a avaliação como o terror da escola. Ela deve ser uma possibilidade, e não um acerto de contas. Se pautar o aprendizado pela ameaça da avaliação, o aluno vai aprender só momentaneamente, porque ele depende daquela nota para a aprovação. Isso não é aprendizagem”, ressalta.

Segundo ela, escapar dessa lógica é complexo e, ironicamente, tem se provado um desafio para ser vencido aumentando o volume de avaliações pelas quais os estudantes passam ao longo do ciclo letivo. Para a educadora, a avaliação tradicional, formalmente chamada de somativa, tem um caráter naturalmente excludente. Isso porque classifica o estudante como bom ou ruim, suficiente ou insuficiente, aprovado ou reprovado.

“Essa característica é um problema tanto para a autoestima dos jovens, cujos conhecimentos vão muito além dos conteúdos trabalhados em sala de aula, quanto para o trabalho dos educadores, que se vêem sem a possibilidade de melhorar os próprios métodos. Ao determinar se o estudante alcançou ou não a média exigida, não há nada que ajude a entender o que saiu errado para esse resultado”, explica.

Portanto, além de medir o que está ou não sendo absorvido, Deise defende que as avaliações também servem a um propósito mais amplo: o de compreender o que está levando os alunos a aprender ou não aprender. “A partir do momento que criamos a avaliação diagnóstica, construímos uma matriz de referência para verificar se o aluno realmente desenvolveu o eixo cognitivo e o eixo estruturante de cada componente curricular”, detalha. Ela ressalta que, para uma avaliação cumprir o papel, ela precisa dosar a linha de raciocínio do aluno e mostrar como esse raciocínio está evoluindo.

Dessa forma, o propósito não é atingir uma nota, mas dar ao professor as ferramentas necessárias para acompanhar o que o estudante absorve do trabalho do dia a dia. Há tempo para retomar os conteúdos, corrigir erros, revisar conceitos que apresentem lacunas. “Quando o aluno chega à avaliação somativa, que é aquela que a legislação nos exige, ele tem a possibilidade de que ela não seja excludente, porque ao longo do ciclo a avaliação diagnóstica apontou as falhas, e a formativa foi dando informações do que era necessário trabalhar ou retomar”, finaliza a especialista.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Seleção do Programa Universidade Para Todos vai considerar as notas das duas últimas edições do Enem
Tempo médio de duração dos casamentos no Brasil cai para 13 anos
https://www.osul.com.br/avaliacao-constante-pode-mudar-aprendizado-do-ensino-fundamental-ao-medio/ Avaliação constante pode mudar aprendizado do ensino fundamental ao médio 2022-02-19
Deixe seu comentário
Pode te interessar