As conversas da Azul para uma fusão com a Gol Linhas Aéreas ganharam impulso, com o avanço das negociações para um acordo com o acionista controlador da companhia aérea rival brasileira.
No cenário em consideração, a holding Abra Group contribuiria com suas ações da Gol para a Azul em troca de uma participação na companhia aérea combinada. Esse tipo de transação poderia atrair a Azul, porque não teria que comprometer muito dinheiro.
Nesse cenário, a Abra manteria a propriedade total de sua participação em outra companhia aérea latino-americana, a Avianca Holdings. Qualquer acordo precisaria ser aprovado pelos controladores, credores e acionistas das empresas, juntamente com os reguladores.
Fusão Azul e Gol
A Bloomberg informou em março que a Azul contratou o Citigroup e a Guggenheim Partners para explorar um acordo com a Gol, que está se reestruturando depois de enfrentar dificuldades para lidar com pagamentos de dívidas e custos de combustível.
A ideia da potencial transação com o Grupo Abra ganhou força nas últimas semanas, à medida que as discussões entre as empresas aqueciam, disse uma das pessoas.
A Azul e a Gol fazem parte de um trio de companhias aéreas – incluindo a Latam Airlines Group, com sede em Santiago – que dominam as viagens aéreas no Brasil, o maior mercado da América Latina.
Embora ambas as companhias aéreas atendam algumas rotas de grande tráfego, a Gol está mais concentrada em voos entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, enquanto a malha da Azul está mais para outras cidades, sendo mais ampla.
Reguladores
Os reguladores no Brasil e em outros países precisariam assinar um acordo. Embora a fusão da Azul e da Gol reduzisse o número de grandes operadoras locais de três para duas, a Azul está otimista de que poderá obter aprovação, disseram as pessoas.
A Gol, com sede em São Paulo, entrou com pedido de proteção contra falência, Capítulo 11, depois de lidar com US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e realizar uma dúzia de trocas de dívidas.
No âmbito do processo, conseguiu aumentar o seu financiamento de devedores em posse para US$ 1 bilhão, contra US$ 950 milhões.
A Avianca, que entrou com pedido de Capítulo 11 em 2021, está em melhor posição. Os títulos da empresa proporcionaram aos investidores um retorno de 26% no ano passado, em comparação com uma média de 6,6% para as empresas latino-americanas durante esse período, de acordo com um indicador da Bloomberg.