Iniciadas pela prefeitura de Porto Alegre em novembro de 2022, as obras de revitalização do Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros (Centro Histórico), avançam conforme o cronograma que prevê a conclusão dos trabalhos em maio deste ano. O custo total é de quase R$ 14 milhões, incluindo restauração, recuperação, correção e conservação da estrutura.
Além da reforma dos elementos construtivos e decorativos (com a substituição do cirex, revestimento característico do viaduto), estão em andamento a instalação de pisos externos e internos, novas redes elétricas e hidráulicas, bem como restauro das estátuas centrais, pintura e lixamento das salas (a maioria utilizadas como lojas ao longo das últimas décadas), dentre outros.
Com a revitalização agora em andamento, a estrutura contará com um novo Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI) e passará a atender aos critérios de acessibilidade. O projeto prevê, ainda, investimentos em sinalização viária, turística e comercial. Ainda não há informações sobre o processo de reocupação dos espaços comerciais.
História
Uma das grandes obras de urbanização de Porto Alegre, o Viaduto Otávio Rocha tem sua origem ligada ao Plano de Melhoramentos e Embelezamento da cidade, proposto em 1914 pelo engenheiro João Moreira Maciel, diretor de Obras da Intendência Municipal (órgão então equivalente à atual prefeitura).
A estratégica ligação do Centro à Zona Sul, com o alargamento e o rebaixamento das ladeiras do estreito Beco General Paranhos, determinou a construção do Viaduto para conectar a avenida Duque de Caxias. As duas novas estruturas foram denominadas de Otávio Rocha e Borges de Medeiros, intendente municipal e presidente do Estado, respectivamente.
A concorrência para a execução das obras foi vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. Em 1927, foi aprovado um projeto de autoria dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duílio Bernardi, responsáveis por importantes obras de Porto Alegre. Algumas hoje integram o campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em estilo eclético ou elementos artísticos de art-déco.
Já a construção se deu entre 1928 e 1932. Desde então, recebeu apenas duas obras de recuperação: em 1998 e 2010. Em 1988, foi tombado pelo Município, a partir de proposta da Equipe do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Epahc) e sinal-verde do Conselho Municipal do Patrimônio.
(Marcello Campos)