Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2016
A libra esterlina sofreu desvalorização depois que uma pesquisa de opinião mostrou que a opção pela saída do Reino Unido da União Europeia avançou dez pontos percentuais à frente do voto pela permanência.
Imediatamente após a divulgação dos resultados, no fim da tarde de sexta (11), a moeda britânica se desvalorizou 1,2%, de US$ 1,4343 para US$ 1,4177, mas recuperou em seguida metade da perda.
Os britânicos votarão em 23 de junho em um referendo vai decidir se o país deixará a maior área comum de comércio do mundo, uma decisão que traz implicações diretas na política, economia, comércio, defesa e migração no Reino Unido e nos outros países que integram a UE.
A pesquisa, feita pela empresa ORB para o jornal “Independent”, aponta preferência de 55% dos eleitores pela saída, contra 45% a favor da permanência.
Na bolsa de apostas Betfair, a probabilidade de o Reino Unido não deixar a UE caiu de 78% para 70% na última semana.
O mercado financeiro tem prestado atenção nas movimentações da bolsa de apostas, especialmente depois que as pesquisas de opinião não previram a vitória do primeiro-ministro David Cameron, no ano passado.
“Os representantes pró-permanência têm duas semanas para convencer aqueles que consideram votar pela saída de que há um risco real”, afirmou o pesquisador da ORB Johnny Heald.
Não vá embora
A revista alemã “Der Spiegel” publicou neste sábado (11) uma capa com a chamada em inglês “Please don’t go” (“por favor, não vá embora”) e em alemão.
Entre os artigos, a “história de sucesso germano-britânica” do resgate da automotiva Mini pela BMW e uma reportagem de capa que afirma que a saída do país “seria uma catástrofe para todos, incluindo o Reino Unido”.
O artigo seria quase uma declaração de amor à cultura britânica, afirmando que o país é “parte da vanguarda global em direitos humanos, movimentos pela liberdade e cultura, com seu talento para ser ‘cool'” e “têm uma independência dentro de si que falta nos alemães”.
“Os britânicos podem ter perdido um império, mas inventaram o pop e apresentaram ao mundo suas exportações culturais, que vão de James Bond ao corte de cabelo de Twiggy”, afirma a revista.
A “Der Spiegel” não foi a única revista estrangeira a fazer campanha sobre o assunto. A francesa “Libération” publicou na semana passada uma carta aberta – neste caso, pedindo aos britânicos que deixem o bloco: “apenas sua muito anunciada partida vai permitir que a Europa se recupere”. (Folhapress)