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Um avião com 189 pessoas a bordo caiu pouco tempo após decolar na Indonésia. Não há sinais de sobreviventes

Membro da equipe de buscas inspecionou destroços atribuídos ao avião da Lion Air que caiu no mar de Java, na Indonésia. (Foto: Divulgação)

Um avião com 189 pessoas a bordo caiu no mar pouco depois de deixar o aeroporto de Jacarta, na Indonésia, na manhã desta segunda-feira (29). Provavelmente não há sobreviventes, afirmaram autoridades.

O voo JT610, da companhia Lion Air, deixou Jacarta às 6h20min com destino a Pangkal Pinang, capital da região de Bangka-Belitung, e perdeu contato com a torre poucos minutos após a decolagem. A busca acontece no mar de Java.

O piloto do Boeing 737-800 pediu para retornar à base após o avião decolar de Jacarta e perdeu contato após 13 minutos. A aeronave levava 178 passageiros adultos, uma criança e dois bebês, assim como dois pilotos e seis membros da tripulação. Ao menos 23 dos ocupantes eram funcionários do governo. Segundo a companhia aérea, havia dois estrangeiros no voo: um piloto indiano e um cidadão italiano.

Oficiais de resgate disseram que recuperaram alguns restos humanos no lugar da queda, a cerca de 15 quilômetros da costa. “É correto que um RTB [retorno à base] foi solicitado e aprovado, mas ainda estamos tentando descobrir a razão”, disse Soerjanto Tjahjono, chefe do comitê de segurança de transportes. “Esperamos que a caixa preta não esteja longe dos principais destroços que encontramos até agora”.

O voo decolou com tempo bom por volta das 6h20 (horário local) e deveria chegar ao destino uma hora depois. O portal de acompanhamento de voos Flightradar mostra, em um mapa, a trajetória do avião, que decola em direção sudoeste, gira em direção ao sur, depois para noroeste e é bruscamente interrompida. O avião afundou na água a uma profundidade de 30 a 35 metros.

Yusuf Latief, porta-voz da agência nacional de buscas e resgate, disse que provavelmente não há sobreviventes. Barcos de pesca estão sendo usados para ajudar nas buscas. Imagens dos destroços do aparelho, entre eles um tobogã de emergência e restos de telefones celulares, foram publicados no Twitter pelo porta-voz de la agência de gestão de catástrofes, Sutopo Purwo Nugroho.

O presidente da companhia aérea, Edward Sirait, disse a jornalistas que o avião havia passado por reparos devido a um problema técnico na viagem anterior, entre Bali e Jacarta, mas afirmou que o conserto foi realizado de acordo com o procedimento padrão.

“Os técnicos em Jacarta receberam um aviso e efetuaram um reparo antes da partida para Pangkal Pinang”, afirmou, sem especificar a natureza do problema.  A empresa afirma que a aeronave acidentava estava em operação desde agosto deste ano e  que piloto e copiloto acumulavam, juntos, 11 mil horas de voo.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, disse que pediu a abertura de uma investigação à Comissão nacional para a Segurança dos Transportes e que a equipe de resgate está fazendo o máximo esforço. Widodo, que fez o pronunciamento durante uma conferência da qual participa em bali, pediu que a população “continue orando” e afirmou que sente a ansiedade das famílias. O acidente é o primeiro registrado com o modelo amplamente comercializado Boeing 737 MAX.

Arquipélago formado por 17 mil ilhas e ilhotas, a Indonésia é muito dependente de transporte aéreo e um dos mercados de aviação que cresce mais rapidamente no mundo, mas seus registros de segurança são inconstantes.

Os acidentes são frequentes. Um adolescente de 12 anos sobreviveu em agosto a um acidente de avião que deixou oito mortos em uma área montanhosa da remota província de Papua. Em dezembro de 2016, 13 pessoas morreram em um acidente com um avião militar perto de Timika, outra região montanhosa de Papua. Em agosto de 2015, um ATR 42-300 da companhia Trigana Air, que transportava 55 pessoas, colidiu com as montanhas Bintang, sem deixar sobreviventes.

Se não houver sobreviventes, o acidente desta segunda terá sido o segundo pior do país desde 1997, dizem especialistas. Fundada em 1999, a Lion Air, empresa aérea de baixo custo, é uma filial do Lian Group, que possui outras quatro companhias: Wings Air e Batik Air, na Indonésia, Malindo Air, na Malásia, e Thai Lion Air, na Tailândia. O único acidente fatal da companhia foi em 2004, quando um MD-82 colidiu durante o pouso em Solo City, deixando 25 mortos dos 163 a bordo.

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