O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que fez o primeiro voo de repatriação de brasileiros no Líbano pousou na base aérea de Guarulhos, em São Paulo, na manhã deste domingo (06).
A aeronave fez uma parada técnica para abastecer na cidade de Lisboa, em Portugal, e seguiu para o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá recepcionar o grupo. De acordo com informações da FAB, 228 pessoas embarcaram no voo, das quais 10 são crianças de colo. Além disso, também viajam três animais domésticos.
Há a previsão de que, após a chegada ao Brasil, a aeronave retorne para buscar uma nova lista de cidadãos que pediram ajuda do governo federal para deixar a zona de conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah.
Operação Raízes do Cedro
A aeronave, do modelo KC-30, que faz parte da operação de resgate batizada de Raízes do Cedro decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, na madrugada de quarta-feira (02) e chegou a Portugal na manhã do mesmo dia.
A previsão era que este primeiro voo partisse na sexta-feira (04), mas a viagem acabou adiada por razões de segurança, e foi remarcada para a manhã deste sábado. Ao todo, quase 3 mil pessoas demonstraram disposição para voltar ao Brasil. A maioria é de moradores do Vale do Bekaa e da capital, Beirute.
O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, informou que o Brasil tem capacidade para buscar 500 pessoas por semana no Líbano. O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada em Beirute, segue em contato com os brasileiros que estão em território libanês para organizar novas operações de repatriação.
Conflito armado
O Líbano tem sido alvo de bombardeios aéreos do Israel, que mira alvos do grupo extremista Hezbollah em território libanês. Os ataques têm atingido também civis, e dois cidadãos brasileiros já morreram desde a intensificação dos combates a partir do dia 20 de setembro.
Na madrugada deste sábado (05), as Forças de Defesa de Israel tentaram uma nova operação por terra. O grupo extremista Hezbollah disse que militares israelenses tentaram se infiltrar em uma cidade do sul do país, o que resultou em conflitos armados. Além disso, Beirute voltou a ser bombardeada.
Desde a segunda-feira passada (23), o Itamaraty discute a necessidade de uma operação de repatriação. O grande ponto era a opção por qual rota seria usada para o resgate.