Na manhã desta quinta-feira (9), uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Brasília. O avião apresentou um problema hidráulico logo após decolar e retornou ao terminal para o procedimento. O pouso foi realizado às 11h58 sem incidentes.
De acordo com a concessionária Inframérica, que administra o aeroporto, a operação no terminal seguiu normalmente, com pousos e decolagens redirecionados para outra pista durante a ocorrência. O procedimento não causou interrupção significativa nas atividades do aeroporto.
“Os demais pousos e decolagens aconteceram normalmente na outra pista, e não há impacto na operação”, apontou em nota. “Por protocolo de segurança, os Bombeiros Civis de Aeródromo se deslocaram para aguardar o pouso na pista”, completou.
O pouso foi acompanhado por equipes do Corpo de Bombeiros e da própria administração do terminal, que se posicionaram preventivamente para garantir a segurança da operação. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, em 2024, foram registrados cerca de 80 pousos de emergência em aeroportos brasileiros. Apesar do impacto operacional que tais eventos podem causar, a maioria é resolvida com eficiência e sem prejuízos aos passageiros ou às instalações.
Ubatuba
Também nesta quinta, um avião de pequeno porte que caiu na orla da Praia do Cruzeiro, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. A aeronave pertence à família do produtor rural Nelvo Fries, de acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Uma pessoa morreu (piloto) e outras cinco ficaram feridas, incluindo os quatro passageiros da aeronave (dois adultos e duas crianças), de acordo com o Corpo de Bombeiros. Já a outra pessoa que se machucou estava em uma praça próxima ao local onde o avião explodiu.
Conforme a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), braço regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência.
A aeronave, de prefixo PR-GFS e modelo Cessna Citation 525 CJ1, saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás (SWME), onde a família Fries atua, e tentou pousar em Ubatuba no fim da manhã desta quinta. A Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto da cidade, afirmou que o avião ultrapassou a pista, atravessou o alambrado e a cabeceira 9, indo em direção à Praia do Cruzeiro.
Segundo sistema da Anac, a aeronave estava em situação regular, com operação negada apenas para táxi aéreo. Fabricado em 2008, o avião possuía capacidade de carregar até 4,8 mil quilos e para transportar até sete passageiros, além de um piloto. Nesta quinta, eram cinco pessoas à bordo, abaixo da capacidade máxima suportada.
“As condições meteorológicas eram degradadas, com chuva e pista molhada”, disse a Rede Voa.
Segundo informações preliminares da concessionária, uma mulher e uma criança que estavam em terra teriam sido atingidas, mas o Corpo de Bombeiros afirma que apenas uma pessoa que estava fora do avião ficou ferida. Ela teria sido encaminhada para um hospital da região após apresentar uma fratura.
Em entrevista à GloboNews, a capitã Karoline Magalhães, do Corpo de Bombeiros, afirmou que o piloto estava preso nas ferragens quando as equipes do Corpo de Bombeiros chegaram para atender à ocorrência. Ele chegou a ser retirado – estava em parada cardiorrespiratória –, mas não resistiu aos ferimentos.
No interior da aeronave, seriam quatro passageiros de uma mesma família: pai, mãe e dois filhos (um menino e uma menina). “Eles foram socorridos e, aparentemente, (estão) estabilizados, conscientes e orientados”, disse Karoline. Eles foram encaminhados para a Santa Casa de Ubatuba.
Segundo informações da instituição, enviadas por meio da prefeitura de Ubatuba, há cinco vítimas do acidente no hospital, sendo três adultos e duas crianças. A Santa Casa informou que um adulto está em estado grave e uma criança sob monitoramento, em situação “potencialmente grave”.
Vídeo mostra o momento em que o avião de pequeno porte ultrapassa a pista do aeroporto de Ubatuba e explode na orla da praia do Cruzeiro, próximo a uma pista de skate. Ao explodir, uma nuvem de fumaça tomou conta do céu.
O Corpo de Bombeiros não considera o acidente como uma queda, e sim como uma “excursão de pista”, quando a aeronave sai da pista na hora do pouso ou da decolagem. Com a situação controlada, o processo de remoção do avião pelos órgãos responsáveis estava previsto para começar ainda nesta quinta.
A FAB afirmou que, na ação inicial para apurar o ocorrido, que começa a ser realizada em Ubatuba, são utilizadas técnicas específicas, “conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”. (Estadão Conteúdo)