A Força Aérea do Chile informou, na madrugada desta terça-feira (10), que busca possíveis sobreviventes do acidente com um avião C-130 Hércules. A aeronave desapareceu com 38 pessoas a bordo na segunda-feira (9), durante um voo para a Antártida, e seu paradeiro é desconhecido. No fim do dia, a própria Força Aérea chilena admitiu que a aeronave caiu.
A Força Aérea informou em um comunicado que ainda não conseguiu localizar o avião e determinar se há sobreviventes, mas que concluiu que a aeronave deve ter caído devido ao total de horas que já está desaparecida.
O avião partiu da cidade de Punta Arenas às 16h55min (horário local e de Brasília) e perdeu contato com a base de controle às 18h13min. Das 38 pessoas a bordo, 17 eram tripulantes e 21 eram passageiros, dos quais 15 são da Força Aérea chilena, três são militares do Exército e três são civis (duas pessoas da empresa de engenharia Inproser e uma da Universidade de Magallanes).
Quando desapareceu, o avião estava a 700 quilômetros de Punta Arenas e a 500 quilômetros de seu destino na Antártida, detalhou o diretor de Imprensa e Operações da Força Aérea do Chile, general Francisco Torres.
A autonomia de voo da aeronave expirou no início da madrugada desta terça, o que levou a Força Aérea a considerar o C-130 Hércules “sinistrado”.
Ajuda brasileira
A Marinha do Brasil enviou o navio polar Almirante Maximiliano para ajudar nas buscas ao avião da Força Aérea do Chile que desapareceu a caminho da caminho da Antártica. Além do barco brasileiro, quatro embarcações chilenas e uma argentina participam das buscas.
A Marinha chilena iniciou uma operação de busca e resgate e despachou aviões e navios para a região.
A embarcação brasileira, que já se encontrava em missão oficial na região da Antártica, deve chegar no início da manhã desta quarta-feira (11), ao possível local da queda da aeronave, próximo à região da Passagem de Drake, entre o cabo de Hornos e a Antártida.
O presidente Jair Bolsonaro ainda entrou em contato com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e colocou à disposição do governo chileno aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para a ajudar na operação. De acordo com o Ministério da Defesa, as aeronaves colocadas à disposição são o SC-105 e P3, dotadas de sensores infravermelhos e equipadas com recursos de varredura eletrônica, dentre outras tecnologias.
No momento, o governo chileno avalia a necessidade de emprego das aeronaves. “Sabemos das dificuldades, aquela região, quando acontece um acidente, em poucos minutos, quem cai dentro da água não sobrevive. Torcendo para que isso não tenha acontecido”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.
Duas embarcações privadas, que navegavam pela Passagem de Drake, e um avião Hércules cedido pelo governo do Uruguai, foram os primeiros a atuar nas buscas, na região onde foi perdido o contato, segundo explicou o general Eduardo Mosqueira, da Quarta Brigada Aérea chilena.
Além disso, aeronaves da Força Aérea do Chile começaram a realizar o trajeto contrário ao que o avião desaparecido deveria fazer.
O presidente Sebastián Piñera se declarou “consternado” com o acidente e cancelou a viagem a Buenos Aires nesta terça-feira para assistir à posse do presidente argentino Alberto Fernández. Ele pretende monitorar a operação de busca, que é coordenada pelo ministros da Defesa, Alberto Espina.
A bordo do C-130 Hércules viajavam 38 pessoas – 17 tripulantes da aeronave e 21 passageiros -, incluindo 15 oficiais da FACH, três do Exército, dois funcionários da empresa privada de construção Inproser e um funcionário da Universidade de Magallanes.
As pessoas viajavam para cumprir tarefas de apoio logístico na base Eduardo Frei, a maior do Chile na Antártica: a revisão do oleoduto flutuante de abastecimento de combustível da base e o tratamento anticorrosivo das instalações.
Parentes das pessoas a bordo seguiram para a base aérea Los Cerrillos, na região metropolitana de Santiago, aguardar notícias da busca.