Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2019
Após o cantor Gabriel Diniz e mais duas pessoas morrerem, devido a queda de um avião nesta segunda-feira (27), começaram as especulações acerca da aeronave que transportava os três sobre um manguezal no norte de Sergipe. O músico ficou famoso no carnaval deste ano, com o hit “Jenifer”.
A aeronave Piper Cherokee PT-KLO só poderia fazer fazer voos de treinamento ou de instrução. Ou seja, o avião não poderia fazer voos privados ou táxi aéreo. Este tipo de infração é conhecida no meio como “táxi aéreo clandestino”. O avião pertence ao Aeroclube de Alagoas. Uma da vítimas era piloto e a outra diretor do aeroclube.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião estava em situação regular. A aeronave foi fabricada em 1974 e tinha capacidade para quatro pessoas. O Piper PA 28-180 está cadastrado como “Privada – Instrução” na Anac, categoria na qual estão aviões usados para “instrução, adestramento de voo por aeroclubes, clubes ou escolas de aviação civil”, de acordo com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil.
Ainda de acordo com a Anac, a operação irregular de táxi aéreo é uma infração ao Código Brasileiro de Aeronáutica e pode configurar crime, conforme previsto no Artigo nº 261 do Código Penal, pois coloca em risco vidas de pessoas a bordo e em solo. Se houver acidente com vítimas, os infratores (piloto e operador da aeronave) podem responder por homicídio.
A Aeronáutica investigará as causas do acidente. Em nota, o órgão informou que “investigadores do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA II), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), realizarão a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-KLO, ocorrido nesta segunda-feira (27/5), em Estância (SE)”.
O texto ainda afirma que “o começo do processo de investigação possui o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos”.
O Cenipa é focado em prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. Não há prazo para conclusão das investigações.
Dados divulgados pelo Registro Aeronáutico Brasileiro mostram que o avião em que estava Gabriel Diniz não poderia fazer táxi aéreo: