Uma aeronave modelo Boeing 757-200 se partiu ao meio ao aterrisar em um aeroporto na Costa Rica, recentemente. O acidente aconteceu quando o avião de carga da empresa DHL estava realizando um pouso de emergência. Ninguém ficou ferido. Uma gravação disponível nas redes mostra bombeiros atendendo a ocorrência, jogando espuma antichamas sobre a fuselagem destruída do avião.
A aeronave havia decolado do aeroporto Juan Santa Maria, em Alajuela, com destino à Guatemala. Os pilotos do avião, no entanto, decidiram retornar após detectarem falhas no sistema hidráulico do Boeing 757.
Durante a aterrissagem de emergência, o avião derrapou e deslizou até um trecho de grama, onde se partiu ao meio. Equipes de bombeiros já estavam no local à espera da aeronave e chegaram até a aeronave em poucos minutos. Haviam dois tripulantes dentro do Boeing e nenhum ficou ferido.
O acidente causou o fechamento do aeroporto por cinco horas, o que provocou o atraso de 57 decolagens e pousos. Cerca de 8.500 passageiros foram afetados.
Hudson
Uma das maiores proezas da história da aviação aconteceu em 2009, em um pouso de emergência em cima do Rio Hudson, nos Estados Unidos.
“Estaremos no Hudson”, disse o piloto Chesley Sullenberger ao controlador de tráfego. Logo após o recado, a comunicação foi cortada. O desespero se espalhou entre a equipe da torre de controle do aeroporto de LaGuardia, em Nova York. O avião da US Airways decolara apenas cinco minutos antes.
Agora, teria de enfrentar um pouso forçado sobre o rio. A manobra era tão difícil que a mensagem de Sullenberger soou como um adeus. Minutos depois, contudo, o controlador de tráfego viu algo extraordinário na tela da TV: a aeronave boiando nas águas com as asas abarrotadas de sobreviventes.
O inverno de 2009 foi muito rigoroso em Nova York. Naquele 15 de janeiro, o dia já nascera branco de neve. Por volta das 15 horas, o Airbus decolava rumo a Charlotte, na Carolina do Norte. Um dos pilotos era Jeffrey Skiles, 49 anos, que cumpria seu primeiro voo em um Airbus da US Airways. O outro era Sullenberger, de 57 anos, um veterano da Força Aérea americana e já experiente com aquele modelo de aeronave.
A uma altitude de 800 metros, Skiles avistou uma formação de pássaros se aproximando. Não houve tempo para fazer desvios: o bando de gansos chocou-se contra as turbinas. Colidir com aves não é algo incomum no dia a dia da aviação (entre 1990 e 2007, foram registrados mais de 12 mil incidentes do tipo, segundo dados do governo americano), e geralmente não cria maiores problemas.
Mas o Airbus teve muito azar. Ambas as turbinas do avião engoliram gansos, e pifaram. Pelo vidro da cabine, os pilotos viram rolos de fumaça marrom-escura. Sentindo os solavancos do avião, os passageiros avistaram fogo pelas janelas. O Airbus então informou a torre de comando: “Atingidos por pássaros. Perdemos dois motores. Estamos voltando a LaGuardia”.
O avião começou a perder altitude. Os solavancos haviam cessado, mas os passageiros agora sentiam um forte cheiro de combustível. Sullenberger logo percebeu que não conseguiria chegar a LaGuardia. Com crescente preocupação, os controladores instruíram o Airbus a descer no aeroporto de Terterboro, Nova Jersey. Passaram-se alguns instantes. Então veio a resposta de Sullenberger: “Não vou conseguir. Estaremos no Hudson”.
Naquele exato momento, o avião sobrevoava o rio que separa Nova York de Nova Jersey. Sullenberger percebeu que, se fossem adiante, a aeronave se chocaria contra uma das margens. Os passageiros já haviam notado a perda de altitude e o pânico começava a se instalar.
Da cabine de comando, vieram as lacônicas palavras do comandante: “Preparem-se para o impacto”. A aeronave foi descendo alinhada com o rio até tocar a superfície. Os pilotos só viam a água batendo contra os vidros. Aos poucos o Airbus foi deslizando mais devagar, até flutuar ao sabor das ondulações.
Pousar um avião na água é muito difícil. Mesmo assim, Sullenberger realizou o movimento com maestria. É um sucesso que depende da habilidade e da sorte. Se tivesse feito algo errado, o avião poderia ter se desintegrado”, diz Thiago Brenner, da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS.
Tão logo o pouso terminou, o piloto abriu a porta da cabine e ordenou: “Evacuar!” Os tripulantes começaram a conduzir os passageiros às asas do avião e a um bote salva-vidas. O episódio acabou sem nenhum ferido.
Sullenberger tornou-se uma celebridade: naquele mesmo ano, publicou um livro de memórias, que entrou imediatamente na lista de best-sellers do New York Times.