Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2022
A avó materna de um bebê que atualmente tem 10 meses entrou na Justiça para alterar o nome do neto, registrado como Lúcifer, na cidade de Nova Olinda, no interior do Ceará. O menino, nascido em março de 2021, é a pessoa mais recente a ser registrada com este nome no Brasil. Na tradição cristã, o nome é associado ao diabo.
A criança ficou sob a guarda da avó após um duplo homicídio cometido pelo pai. Ele matou a mãe e o avô paterno do bebê com golpes de machado na zona rural da cidade. O crime ocorreu no dia 27 de maio do ano passado, na casa da família, quando o pequeno tinha apenas dois meses de vida. O suspeito do crime foi encontrado morto meses depois do crime.
Conforme o MP-CE (Ministério Público do Estado do Ceará), a ação de retificação do nome da criança foi ajuizada em junho de 2021, por meio da Promotoria de Justiça de Nova Olinda. O processo segue em segredo de justiça, como determina a Lei 8.069/90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O nome Lúcifer vem da junção das palavras em latim lux (luz) e ferus (carregar) e significa “portador da luz”. Na tradição cristã, ele é representado como um anjo que desejava estar acima de Deus, por isso foi expulso do céu para o mais profundo abismo, tornando-se, então, o diabo.
O Conselho Tutelar de Nova Olinda afirma que desde o dia do crime, que chocou a cidade, tanto o bebê, quanto os outros dois irmãos dele são acompanhados por conselheiros tutelares.
Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), no período de 2016 a 2021, além do bebê cearense, outras duas pessoas, ambas do Rio Grande Sul, receberam o mesmo nome.
Outro caso
Em outro caso recente, uma mulher britânica fio duramente criticada nas redes sociais após divulgar o nome exótico do seu próprio filho. Josie King, de 27 anos, contou ter registrado o seu bebê como “Lúcifer”, o que não agradou muitas pessoas, incluindo até mesmo alguns dos seus parentes. Após contar o nome do seu bebê no programa de televisão “Plymouth Live”, ela relatou ter recebido diversas mensagens de ódio.
“Não havia nenhuma inspiração para o nome. Eu olhei muitos livros de bebês e gosto de nomes incomuns. Não gosto de ter os nomes padrão. Gosto do nome porque gosto, não acho que represente o diabo, aos meus olhos”, disse.
Josie contou que sabia que receberia comentários após nomear seu filho como Lúcifer. Ela explicou que vários membros da sua família lhe criticaram, dizendo que não poderia chamar uma criança assim. Segundo ela, não se considera uma pessoa religiosa e, por esse motivo, o nome “Lúcifer” não representa nada.
“Se o diabo fosse chamado de outra coisa, você também não gostaria desse nome. É sobre a mentalidade das pessoas com o nome. As pessoas me perguntam por que, e eu digo ‘por que não?'”, explicou a mãe. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Globo.