Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O projeto aprovado na Câmara restabelecendo o despacho gratuito de bagagens em viagens aéreas tem tudo para virar repeteco do ocorrido em 2019, e voltar a ser vetado pelo presidente Jair Bolsonaro. No início do mandato, ele baixou medida provisória, como neste ano, alterando regras para o setor aéreo. Na ocasião, os deputados incluíram o fim da cobrança por bagagens. O Senado também aprovou, mas a medida foi vetada quando chegou ao Palácio do Planalto para sanção presidencial.
Sem chance
Se depender de quem aconselha o presidente sobre o assunto, o projeto que ressuscita a gratuidade de bagagens vai morrer novamente.
Lobby poderoso
Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Governo) e o secretário de Aviação, Ronei Glanzman, são sensíveis ao lobby das empresas aéreas.
Discurso unificado
A Anac, agência “reguladora” da aviação civil, reproduz o discurso falacioso das companhias aéreas contra o despacho gratuito.
Eles mentiram
A Anac e as empresas prometerem, em 2016, que a cobrança por malas reduziria o preço de passagens. Era mentira. Triplicou, desde então.
Diesel no Brasil destoa do mercado estrangeiro
O aumento do diesel nas refinarias anunciado pela Petrobras como um “ajuste aos preços internacionais” mostra que a estatal segue explorando os brasileiros para auferir lucros exorbitantes. Comparado com países que têm produção de petróleo ou extensão territorial semelhantes, o Brasil destoa com preços sempre muito acima da média. É o caso dos Emirados Árabes, EUA e China, todos praticam preços menores.
Emirados filantropos
Os Emirados Árabes têm produção similar à brasileira, segue a cotação internacional e o preço do diesel na bomba é R$5,64. Aqui, é quase R$7.
Outros gigantes
No Texas (EUA), por exemplo, o valor médio do litro de diesel de 30 dias é R$6,51. Na China, o valor do litro sai na bomba por R$6,19.
Sem necessidade
O anúncio, dois dias úteis após o presidente pedir por favor para que a Petrobras não aumentasse os preços, foi visto como pura retaliação.
Reino da lacrolândia
Após meses de silêncio e omissão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, retomou a lacração diária contra o governo em declarações ou posts nas redes sociais, com insinuações e indiretas. Bem ao seu estilo.
Hipocrisia
Décio Odeone, ex-ANP, disse ontem que só merece “elogios” o lucro indecente de R$44,5 bilhões da Petrobras nos três primeiros 90 dias de 2022, 3.718% maior que em 2021. Em resumo: a Petrobras está ferrando você e arrebentando a economia brasileira, mas é para o seu bem.
Peçonha
A Secretaria de Saúde do DF registrou este ano cerca de 800 casos (em 2021 foram 2.595) de pessoas atingidas animais peçonhentos. Quanto aos casos registradas no Congresso, os animais passam bem.
Goleada por 1×0
A discutir no Senado o desempate em uma votação de 30×30, terça (3), o Líder do Governo, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse não se importar com placar por um voto: “Nós, botafoguenses, estamos habituados a goleadas de 1×0”. No domingo, o Fogão golearia o Flamengo por 1×0.
Aposta maranhense
No Maranhão, o dono do PL, Valdemar da Costa Neto, aposta fichas em Dr. Julinho, prefeito de São José de Ribamar. O município tem fama de pagar o maior salário do país a professores da rede municipal.
Contagem regressiva
O admirado advogado e jornalista Fernando Ernesto Corrêa, sócio do Grupo RBS, irá lançar no dia 31, em Porto Alegre, seu livro de memórias O Lobista – negócios, política e jornalismo, um dos lançamentos mais aguardados de sempre. É baseado em sua vivência de mais de 60 anos.
Ele mesmo
Filho do ditador Ferdinand e da dona de 3 mil pares de sapatos Imelda Marcos, Bongbong Marcos, agora presidente filipino, já estrelou filme em que interpreta ele mesmo: Iginuhit ng Tadhana, ‘desenhado pelo destino’.
Onde já se viu?!
O CEO de montadora japonesa dizia em entrevista que já passava de R$ 2,7 bilhões seus investimentos no Brasil, quando ouviu o inconformismo de quem o entrevistava: “Como assim? Por que o Brasil?”
Pensando bem…
…nunca houve fraude comprovada nas eleições da Coreia do Norte.
PODER SEM PUDOR
Jânio e a torta
Como todo político em campanha, o estômago de Jânio Quadros tudo aceitava sem direito a queixas e ele se derramava em elogios, às vezes imerecidos. Foi o caso da torta de odor suspeito oferecida pela mulher de um prefeito, no interior de São Paulo. Ele mentiu: “Que delícia! Seria ótimo outro bocado para a viagem de amanhã!” Ao amanhecer, quando se preparava para partir, recebeu da orgulhosa senhora uma nova torta. Jânio agradeceu, comovido, até enxugou uma lágrima inexistente. Mas a atirou no lixo, tão logo dobrou a esquina.
(Com a colaboração de André Brito e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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