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Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2019
A adesão abaixo do esperado no programa de renegociação de dívidas da Caixa Econômica Federal levou o banco público a prorrogar até dezembro a campanha para regularizar a situação de clientes com atrasos superiores a 360 dias. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Inicialmente, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, havia estipulado um prazo de 90 dias, a contar a partir de 28 de maio, para que os clientes com contratos lançados a prejuízo, com dívidas vencidas até quatro anos, renegociassem suas pendências.
Os descontos vão de 40% a 90%, mas o pagamento só poderia ser feito à vista. O programa não inclui dívidas com garantia, como crédito habitacional.
A expectativa era que a renegociação alcançasse quase 3 milhões de clientes —2,629 milhões de pessoas físicas e 319.960 pessoas jurídicas.
Se todos pagassem, nas contas de Guimarães, o banco recuperaria R$ 4 bilhões. A projeção do presidente, contudo, era bem mais modesta, de reaver somente R$ 1 bilhão.
Até 31 de julho, no entanto, somente R$ 300,3 milhões haviam sido recuperados, ou menos de um terço do total projetado.
Diante desse cenário, o banco decidiu estender o prazo para que os clientes possam regularizar sua situação.
As dívidas têm valor entre R$ 50 e R$ 5 milhões.
Segundo o banco, 69% dos clientes pessoas físicas possuem dívida de até R$ 500. De R$ 500 a R$ 1.000 são mais 500 mil, enquanto 100 mil clientes devem de R$ 1.000 a R$ 2.000.
Até 60% dos clientes têm renda até R$ 1.500, e outros 23% têm renda de até R$ 3.000.
Para pessoas físicas, a maior parte das dívidas (24,7%) é de crédito consignado, enquanto 18,1% são referentes ao cartão de crédito e 15,2%, com o cartão material de construção.
Ao prorrogar o prazo, o banco conta com o impacto positivo da liberação de até R$ 500 de contas ativas e inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na economia.
O cronograma de saques será divulgado pelo banco na segunda-feira (5). Guimarães espera ao menos 106 milhões de beneficiados com a retirada dos recursos.
O banco também mantém um programa de renegociação do financiamento habitacional atrasado, mas esse sem prazo para acabar.
A Caixa espera recuperar R$ 1 bilhão com a regularização, de um universo de R$ 10,1 bilhões de dívidas em atraso de 5,2 milhões de contratos ativos —entre eles, do programa Minha Casa Minha Vida, embora o banco não detalhe o número total desses imóveis na renegociação.
Entre as opções oferecidas está a de pagar à vista uma entrada e incorporar as parcelas atrasadas em prestações a vencer.
Também poderão usar o saldo do FGTS para quitar até três prestações atrasadas, ou mudar a data de vencimento das prestações —algo que o banco não permite hoje.
O banco quer também dispensar do pagamento de juros e multa cerca de 51 mil famílias com atraso superior a 180 dias, se elas pagarem uma prestação de entrada.
Segundo Guimarães, o benefício será aplicado aos casos em que juros e multa somem quase o valor de uma prestação.