Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2022
Em um contexto de escassez de dólares, a balança comercial argentina apresentou novo superávit, fechando em 356 milhões de dólares no mês de maio, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
O resultado das exportações foi de US$ 8,2 bilhões no mês e as importações atingiram a marca de US$ 7,8 bilhões, um recorde histórico para a Argentina. Nem mesmo nos anos de 2011 a 2013, quando foram registrados os picos cambiais, as importações chegaram à marca de maio de 2022.
Apenas 9,2% das importações correspondem a bens de consumo e 70% dos produtos importados para o país são insumos, bens de capital, partes e peças para a produção.
Os 20% restantes são combustíveis e lubrificantes, cujas importações para a Argentina em maio dobraram de valor em relação a abril, totalizando US$ 1,601 bilhão, 20,3% do total das importações do país.
Também se destacou na balança comercial argentina a consolidação das exportações de bens primários e agroindustriais, que, juntos, representam dois terços do total exportado.
Maior alta de juros
O Banco Central da Argentina elevou a taxa básica de juros do país em 300 pontos-base, para 52%. O movimento segue o feito pelos bancos centrais do Brasil e da Europa, que também elevaram os juros para combater a alta dos preços.
Foi a maior alta em três anos no país vizinho, na esteira do amplo aumento de juros pelo banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, e enquanto o país sul-americano combate uma inflação altíssima, em cerca de mais de 60%.
O Banco Central argentino citou a crescente percepção de risco financeiro, a disparada dos preços globais e a necessidade de estimular a economia baseada no fortemente atingido peso local.
“A alta nos juros age principalmente incentivando a economia em pesos”, disse, em nota, o banco central argentino, acrescentando que continuará calibrando a política monetária conforme a inflação.
Paralisação dos caminhoneiros
Motoristas pedem que preço cobrado no interior seja o mesmo de Buenos Aires, onde o diesel está mais barato Caminhoneiros no interior da Argentina começaram uma paralisação para protestar contra o preço do diesel, que está mais barato em Buenos Aires do que em outras províncias do país.
A Associação de Transportadores de Carga de Tucumán (ATCT) anunciou que a paralisação será mantida “por tempo indeterminado” por conta da falta de diesel no país. Outro objetivo do movimento é fazer com que o preço do combustível na região seja o mesmo praticado na capital.
O governo argentino anunciou na última semana um aumento de 12% no preço do diesel, elevando o preço por litro para 126 pesos para o diesel comum, e 145 pesos para o diesel premium.
Porém, no contexto de escassez do combustível na Argentina, os preços praticados no interior são mais caros. Em províncias mais afastadas de Buenos Aires, o preço por litro do diesel está em torno de 185 pesos e 190 pesos. O preço pode subir para 230 pesos caso queiram transportar mais do que 200 litros por caminhão por conta da escassez de combustível no país.