Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
20°
Light Rain Shower

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Rio Grande do Sul Balanço anual da Farsul destaca resultados econômicos e ameaças ao agronegócio gaúcho em 2024

Compartilhe esta notícia:

Temas foram abordados em coletiva de imprensa pelo presidente da entidade, Gedeão Pereira. (Foto: Emerson Foguinho/Sistema Farsul)

Em coletiva de imprensa realizada nessa segunda-feira (16) na sua sede, em Porto Alegre, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou um balanço sobre o desempenho econômico do setor ao longo do ano. Também mereceram destaque as ameaças ao agronegócio e perspectivas para 2025.

O presidente da entidade, Gedeão Pereira, iniciou a apresentação relembrando as dificuldades enfrentadas no Estado. Nesse aspecto, foram relembrados os impactos das enchentes severas em maio, após duas estiagens nos anos anteriores.

Ele também mencionou os esforços na área de irrigação e licenciamento ambiental para amenizar o impacto das secas, e os esforços da Farsul para negociar melhores condições aos produtores afetados pelo excesso de chuvas. “Sempre fomos firmes nas negociações com o governo estadual, apresentando propostas contra o aumento de qualquer carga tributária”, sublinhou.

O dirigente acrescentou: “Também tivemos uma forte queda-de-braço com o governo federal, que não estava entendendo o que aconteceu no Estado”, criticou Gedeão, ao se referir à tentativa de importação e leilão do arroz logo após a enchente.

“Discutimos muito o caráter desnecessário da importação, porque a produção foi absolutamente normal,” argumentou. “A principal dúvida dos veículos de comunicação durante o momento inicial da enchente era com a segurança alimentar, já que o Rio Grande do Sul responde por 60% a 70% do fornecimento de arroz no Brasil.”

Outra ameaça ao agronegócio, conforme o presidente da Farsul, foi a questão agrária: “Neste final do ano, ainda tivemos uma tentativa de retorno das invasões de terra. Mas o direito à propriedade é algo inquestionável para nós”.

Desmpenho

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, iniciou a apresentação dos números do agronegócio gaúcho falando sobre a safra de grãos. Ele explicou que no relatório deste ano não foi possível trazer projeções para a safra:

“Faz três anos que não temos uma safra direito. É nosso entendimento que, tecnicamente, traríamos dados prejudicados”.

Ele frisou a ocorrência de uma queda de 2,7% na área colhida, sob impacto direto das enchentes. Por outro lado, enalteceu o fato de a produção total ter crescido 30%: “Sabemos que a área foi plantada, mas não podemos aferir qual sua condição e com qual nível tecnológico isso foi feito”.

O economista também alertou que, após a destruição causada pelo excesso de chuvas, o Estado continua sob risco de perda de produtividade devido a índices pluviométricos insuficientes. Segundo ele, isso faz com que as questões de irrigação e licenciamento ambiental se tornem ainda mais importantes:

“O Rio Grande do Sul está empobrecendo, o gaúcho está mais pobre, isso precisa ficar claro. Existe cada vez mais atratividade para fora daqui do que para aqui, e são essas estiagens que estão fazendo isso”.

Antônio da Luz destacou a região de Passo Fundo como um dos expoentes do setor no estado, onde a estabilidade da produção faz com que o PIB da área esteja altíssimo, descolado da média do Rio Grande do Sul:”Essa região já ultrapassou a região de Caxias do Sul. Uma colheita ruim na região de Passo Fundo é 45, 50 sacas, o que para outras regiões é uma colheita muito boa”.

“É importante destacar o papel do agro na arrecadação tributária”, prosseguiu o economista. Conforme o relatório, o setor é responsável por um quarto de toda a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

O economista mostrou os dados levantados pela equipe econômica da Farsul sobre o impacto nessa arrecadação caso o leilão do arroz tivesse ocorrido:

“Não temos nada contra a importação. Nosso problema é o governo comprar um produto inferior e vender por preço abaixo do nosso custo de produção. Isso geraria uma quebra no setor e na arrecadação gaúcha”.

Antônio ainda falou sobre os financiamentos e negociações de dívida dos produtores com o governo federal: “Virão sérios problemas em 2025, porque essas soluções do governo não ficaram bem-feitas.”

Quanto ao prognóstico para o País, ele questionou o alto nível de despesas do governo federal: “Nossos gastos superaram o da pandemia, com o detalhe de que não estamos em uma. Ali na frente está a inflação, e com ela o aumento de juros. E com taxa de juros lá em cima, isso começa a trazer dificuldade, a inviabilizar o setor”.

A expectativa da equipe econômica é que o crescimento do País no ano que vem seja de 1,8%, com forte alta no primeiro trimestre e a mesma sendo amenizada pelos resultados do segundo semestre. Para o Rio Grande do Sul, a projeção da entidade é de um crescimento de 2,2%.

(Marcello Campos)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Rio Grande do Sul

RS recebeu neste ano 429 novos profissionais do programa “Mais Médicos”
Rota aérea entre Porto Alegre e Lisboa já tem data certa de retomada. Saiba quando
https://www.osul.com.br/balanco-anual-da-farsul-destaca-resultados-economicos-e-ameacas-ao-agronegocio-gaucho-em-2024/ Balanço anual da Farsul destaca resultados econômicos e ameaças ao agronegócio gaúcho em 2024 2024-12-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar