Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2023
A quantidade de radiação não é o suficiente para fazer mal à saúde
Foto: Valter Campanato/Agência BrasilToda vez que nos alimentamos com uma banana, estamos ingerindo radioatividade. Entretanto isso não é exclusivo da fruta. Outros alimentos, como a castanha-do-Pará, a cerveja e até a água, também têm esse componente em sua estrutura.
Todavia não é necessário sentir medo. A quantidade de radiação não é o suficiente para fazer mal à saúde. Por exemplo, para desenvolver um câncer, a pessoa precisaria comer um milhão de bananas de uma vez só.
O pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Bruno Melo Mendes. reitera que quase todos os alimentos que consumimos têm um grau de radioatividade.
Isso ocorre porque existem materiais radioativos que estão no solo desde que a terra foi criada, sendo passados para os alimentos cultivados e até mesmo para a água.
Há ainda radiação na atmosfera, que entra no nosso organismo sempre que respiramos. Sim, nós também temos a nossa radiação natural.
Radiação da banana
Costumeiramente, os alimentos possuem a radiação derivada do potássio. No caso da banana, que é muito rica neste elemento, se trata do componente Potássio-40.
Mas se trata de uma quantidade muito pequena. A banana tem 0,1 microsievert (μSv), medida usada para indicar o impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos, chamada também de dose efetiva, que leva em conta os efeitos biológicos da radiação absorvida e a sensibilidade dos diferentes órgãos do corpo humano às radiações.
A banana também é considerada uma unidade de medida de radiação, é a dose equivalente de banana (DEB), que corresponderia a 0,1 μSv. Usando como exemplo nossa noite de sono, ao dormir ao lado de alguém, somos expostos a 0,05 μSv, ou seja, uma dose equivalente a meia banana.
Para causar a morte imediata, a quantidade de radiação deve ser de 5 milhões de μSV, aponta o pesquisador Bruno Mendes.
Já para haver a possibilidade de causar câncer, um estudo com sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki aponta que seria necessária uma dose de 100 milisievert (mSv), um milhão de vezes maior do que ingerimos ao comer uma banana.
Ainda assim, um veículo cheio com a fruta poderia acionar um detector de radioatividade mais sensível. Isso porque a alta energia dos raios do Potássio-40 consegue atravessar objetos e chegar até este detector.
Mendes explica que o nosso corpo está acostumado com pequenas doses de radioatividade e que isso é importante para a evolução dos seres vivos. “Então, a radioatividade contribui para essa diversidade do planeta”, disse.