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Política Bancada bolsonarista se rebela contra exigência de comprovação de vacinação para ingressar na Câmara dos Deputados

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Bia Kicis reclamou da atitude tomada por Arthur Lira para controlar a entrada de servidores e parlamentares. (Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

A bancada ligada ao presidente Jair Bolsonaro se rebelou contra a exigência da direção da Câmara dos Deputados que condiciona o acesso dos parlamentares às dependências da Casa à apresentação do cartão de vacinação. A partir de segunda-feira, os deputados terão que enviar o comprovante de imunização para entrar no prédio e também participar de votações no plenário.

Mesmo com vacinados, integrantes do grupo se recusam a apresentar o documento, que chamam de “passaporte sanitário”. Os argumentos dos deputados são similares ao de Bolsonaro, que defende o “direito de ir e vir”, sem condicionantes, mesmo numa pandemia.

“Sou contra a exigência da vacina para circular dentro da Câmara. Estamos numa democracia, somos livres. Grande parte do meu partido (PSL) é contrária a essa obrigação de apresentar passaporte. Me vacinei duas vezes, mas não vou apresentar cartão algum”, disse o Coronel Armando (PSL-SC) ao jornal O Globo.

O deputado Junio Amaral (PSL-MG) não se vacinou e afirmou que “exige” ser respeitado por sua decisão. O parlamentar acredita que a possibilidade da apresentação do laudo laboratorial mostrando que não está infectado seja suficiente.

“Não me vacinei, mas também posso me vacinar lá na frente. Não descarto isso. Mas exijo respeito em relação a minha decisão de, nesse momento, não me vacinar. Soube que será aceito um teste negativo e que não é algo tão categórico assim”, disse Junio Amaral.

O parlamentar mineiro se refere a alternativa inserida por Lira no texto que abre uma brecha para o deputado, em vez do cartão de vacinação, apresentar um laudo laboratorial.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) é outro aliado do Planalto que não quer saber dessa medida de Lira. Ele tem sua teoria de que, mesmo vacinada, a pessoa consegue a contaminar e a ser contaminado. E também apela para o argumento do direito de “ir e vir”.

“Sou contra essa medida. Que o Lira troque essa medida, de apresentar cartão, por um teste de Covid-19 em cada deputado a cada quinze dias. O Lira está querendo estar dentro da coisa certinha demais. Não se pode impedir um deputado, por qualquer razão que seja, de entrar no plenário”, disse Bibo Nunes, que afirmou já ter tomado as duas doses da vacina.

Durante a semana, quando Lira anunciou em suas em redes sociais que exigiria o comprovante da imunização, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF), reagiu. Ela afirmou que a vacinação não impede a transmissão do vírus, mas omitiu as evidências científicas que tratam o imunizante como fator fundamental para o controle da pandemia.

“Presidente Arthur Lira, a vacina não impede o contágio nem a transmissão do vírus. Portanto, essa carteira de vacinação é inócua e fere o direito de quem opta por não se vacinar por não se sentir seguro. Se mais de 90% está vacinada, não confiam na vacina?”, escreveu a deputada.

Em reunião com a bancada feminina, na quarta-feira, Lira foi cobrado por algumas deputadas sobre a exigência de se comprovar vacinação para o ingresso na Câmara. Mesmo para ir a seus gabinetes, os parlamentares terão que enviar a prova de estarem imunizados à direção da casa.

Na conversa, o presidente da Câmara se queixou que, com as votações remotas, tem deputados entregando celular para assessor – quem acompanha de fato a votação em alguns casos – e já estariam cuidando de assuntos da campanha eleitoral de 2022. E alertou para o risco de processos no Conselho de Ética por essa razão. As informações são do jornal O Globo.

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