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Notícias “Bancada da bola” age para blindar no Congresso o presidente da CBF; Ednaldo Rodrigues se livra de CPIs e amplia poder em Brasília

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Eduardo Rodrigues, presidente da CBF no Congresso da Fifa. Foto: (Divulgação/Conmebol)

Em menos de quatro anos na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues construiu uma base de apoio em Brasília reproduzindo a mesma cartilha de Ricardo Teixeira, líder máximo da entidade de 1989 a 2012, quando renunciou em meio a denúncias de corrupção.

Apesar da crise que o afastou do cargo provisoriamente, de polêmicas sobre manipulação de resultados e, agora, da denúncia de aparelhamento da entidade máxima do futebol, o cartola tem contatos na Câmara e no Senado que o blindam no Legislativo e atuam em favor dele no Judiciário. Embora a atual “bancada da bola” não tenha o tamanho que já teve, os movimentos do dirigente da CBF são para reforçá-la, dentro e fora do Congresso.

A ação judicial por meio da qual Ednaldo conseguiu voltar ao cargo, em janeiro de 2024, foi articulada pelo PSD e movida pelo PCdoB. A decisão partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que também tem negócios com a CBF a partir da instituição de ensino superior que mantém. Gilmar é dono de uma faculdade que desde agosto de 2023 tem parceria com a confederação por meio da CBF Academy – 84% da receita do projeto é da faculdade.

Para Ednaldo, a tentativa de tirá-lo do cargo foi um “golpe rasteiro e violento contra uma pessoa negra, de origem humilde e nordestina”.

Estrutura

A construção do poder político de Ednaldo Rodrigues passa pela manutenção de vice-presidentes que integram grupos controlados pela cúpula do Congresso, como o do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e é reforçada por deputados e senadores que atuam abertamente a seu favor.

A defesa é liderada por parlamentares da Bahia, sua terra natal, mas também conta com congressistas que seguiam a cartilha de antecessores na CBF e transferiram o apoio.

Ednaldo tem aprimorado sua movimentação política. Em junho de 2024, abriu um escritório no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, que funciona como espaço para solenidades e lobby. Com o escritório, Ednaldo tornou o pré-jogo das três partidas da seleção realizadas na capital federal desde a ascensão dele, em 2021, em convescotes concorridos em que empresários encontram medalhões dos Três Poderes. A relação de convidados da CBF inclui ministros de tribunais superiores, o juiz dos casos das bets barradas pelo governo, integrantes do Executivo, deputados e senadores.

Blindagem

Na Câmara, o grupo de aliados de Ednaldo é encabeçado pelo deputado federal José Rocha (União-BA), ex-presidente do Vitória, um dos principais clubes da Bahia.

Rocha estava entre os que só viam qualidades em Ricardo Teixeira. Com Ednaldo, segue a mesma linha: “Em momento algum vou deixar de afirmar que sou amigo pessoal do senhor Ednaldo Rodrigues. Isso é para ficar bem claro”, disse, em sessão da CPI da Manipulação de Resultados em Partidas de Futebol.

Segundo a revista piauí, o parlamentar ganhou um presente da CBF durante a Copa do Catar: hospedagem, passagem aérea e ingressos para três jogos, com direito a levar sua mulher. O gasto teria sido de R$ 364 mil.

Também participam desse grupo Leur Lomanto Jr (União-BA), presidente da Associação Desportiva Jequié, time da primeira divisão do campeonato baiano, e Paulo Azi (União-BA), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Rocha, Leur e Azi fizeram parte da tropa de choque que agiu durante a CPI para impedir que Ednaldo fosse convocado à comissão. O requerimento de convocação, com presença obrigatória do dirigente da CBF, foi transformado em convite. A participação virou opcional e Ednaldo faltou às duas sessões nas quais era esperado.

Ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) tem no seu grupo político o ex-prefeito de Boca da Mata (AL) Gustavo Feijó, pai do presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó. Gustavo, que já presidiu a FAF, tentou se viabilizar para concorrer à CBF com Ednaldo, mas acabou aderindo ao candidato único no pleito realizado no mês passado. E Lira emplacou o advogado Luis Otávio Veríssimo, seu braço direito na Mesa Diretora, como presidente do STJD, atrelado à CBF.

Senado

A bancada baiana também atuou no Senado em defesa do presidente da CBF. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PTBA), foi o principal articulador em Brasília para garantir a recondução de Ednaldo ao cargo depois de uma determinação do TJ-RJ ordenar o afastamento dele da função, em 2023.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) é apontado como o principal articulador da confederação. Ele fazia parte da velha “bancada da bola”, aliada de Ricardo Teixeira, e manteve aliados na estrutura que suporta Ednaldo. Foi a ele que o presidente da CBF recorreu, em 2021, para tentar liberar o jogo de Brasil e Argentina, em São Paulo, barrado pela Anvisa. Com informações de O Estado de S. Paulo

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