A crise econômica que atinge o Brasil hoje é diferente da vista a partir de 2008, logo após a quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos. Naquela época, a turbulência atingiu de forma desigual as regiões do País, sendo que o Sudeste e o Sul tiveram queda mais acelerada na atividade. Desta vez, a crise atingiu todas as regiões de forma semelhante. A avaliação foi feita pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, durante apresentação do Boletim Regional da instituição.
“A crise atual tem cara distinta da de 2008”, pontuou. Um dos aspectos citados por Maciel é a fraqueza do comércio e do setor de serviços em todas as regiões do País, do Norte ao Sul. Nos últimos dois anos, segundo ele, houve queda pronunciada no volume de serviços prestados e nas vendas do comércio.
Além da falta de confiança na economia, contribuíram para isso o desemprego alto e a maior dificuldade de famílias e empresas na obtenção de crédito. “Observamos queda este ano no saldo de crédito que abrange todas as regiões”, disse Maciel.
Os efeitos da crise acabam nítidos na economia das diferentes regiões. Dados divulgados pelo Banco Central no boletim mostram que a atividade no Nordeste recuou 1% no trimestre encerrado em agosto, ante o trimestre terminado em maio. No Centro-Oeste, a queda foi de 2,1% e, no Sul, de 1,1%. O Sudeste registrou melhora da atividade no período, mas de apenas 0,5%, enquanto o Norte viu sua atividade avançar 1%, no melhor resultado entre as regiões. (AE)