Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2021
O Open Banking teve a sua segunda fase iniciada no fim desta semana. São mais de 100 instituições financeiras participantes. Os 11 maiores bancos foram obrigados a entrar na iniciativa, os demais optaram integrar o sistema de forma espontânea. De acordo com o diretor de Regulação do Banco Central do Brasil, Otávio Damaso, todo o processo de compartilhamento de dados vai ocorrer com total segurança nas operações.
“O cliente de produtos de serviços financeiros é que vai autorizar o compartilhamento de suas informações, por quanto tempo elas poderão ser compartilhadas e quando essas informações deixarão de ser compartilhadas. O Open Banking foi feito seguindo os melhores padrões de segurança da informação”, destacou o diretor.
Os consumidores entrarão na base de dados de forma escalonada. Inicialmente o sistema funcionará apenas em dias úteis, das 8h às 18h. Neste primeiro momento, apenas 0,1% da base de clientes das instituições poderão compartilhar seus dados. O percentual aumentará gradativamente até outubro, quando 100% dos consumidores do sistema financeiro terão a plataforma à disposição.
O chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, João André Pereira, reafirmou a segurança nas operações com foco no cliente. “Tudo gira em torno da confiança e da credibilidade no sistema financeiro. Estamos trazendo o conceito que o consumidor está no centro e, quando ele começar um novo relacionamento com alguma instituição participante, não começará do zero, é a viabilização da mobilidade digital”, afirmou.
Open Banking
O open banking é uma plataforma supervisionada pelo Banco Central que vai permitir que os clientes compartilhem, sob autorização, dados pessoais com bancos e fintechs para receber melhores ofertas de produtos e serviços, como taxas de juros menores para empréstimos, por exemplo.
De acordo com o BC, o compartilhamento das informações só poderá ser feito com a autorização do cliente e se for informada a finalidade e o prazo de uso dos dados. O usuário também tem direito de cancelar esse consentimento a qualquer momento e em qualquer instituição financeira pela internet. O sistema será totalmente operacionalizado a partir de 15 de dezembro deste ano.
Inovações
O Banco Central tem investido em novos meios tecnológicos recentemente, por meio do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. Na quarta edição do evento LIFT Lab 2021, foram selecionados 11 projetos para serem postos em prática.
Entre eles estão: o Agro Open Bank (Creditares), que propõe utilizar inteligência artificial para analisar os dados agronômicos, financeiros e de mercado para fazer projeções financeiras e simulações para o produtor, recomendando melhores combinações de crédito, hedge e estratégias de comercialização (futura, spot); Formalização da Operação de Crédito 100% Digital, com coletas de documentos, extração da informação do documento para validação com bases da Receita Federal, prova de vida, facematch, aceite dos termos do contrato e assinatura por voz com reconhecimento do áudio; Observatório Amazônia, que prevê o aprimoramento de uma plataforma web confiável, acessível e intuitiva que permita a interoperabilidade de serviços e integração de dados geoespaciais; o próprio Open Banking para todos; e o RBDC (Real Backed Digital Currency), que pretende trazer experimentos práticos quanto à viabilidade de representação de moeda eletrônica em redes blockchain, assim como permitir uma visão crítica sobre os desafios e conveniência da interoperabilidade Pix – blockchain.