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Economia Banco Central do Brasil vai esperar para ver o que fazer com os juros no País diante do novo governo

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No acumulado dos últimos 12 meses, juro bancário médio teve alta de 10,4 pontos percentuais, segundo o Banco Central.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Para José Júlio Senna, da FGV, Lula deveria agradecer pela autonomia do Banco Central, pois sem ela o governo herdaria uma "situação muito pior". (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Apesar de todos os riscos que citou em comunicado ao manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75%, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não alterou em nada a sinalização sobre os próximos passos da política monetária. Repetiu que vai se manter vigilante para avaliar se a estratégia de manutenção da Selic por período “suficientemente” prolongado vai garantir a convergência da inflação para as metas.

“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos. O comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”, disse o colegiado em comunicado.

Para a economista Tatiana Nogueira, da XP Investimentos, “é muito cedo para o Copom fazer qualquer mudança na condução da política monetária”. “A gente acredita que ele vai continuar nesta posição de ‘esperar para ver’, inclusive em relação ao arcabouço fiscal”, afirmou Tatiana.

Já para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o colegiado foi bastante cauteloso. “A gente ainda não tem nada de concreto, estamos falando de um potencial descalabro, uma potencial piora fiscal durante a tramitação da PEC (proposta de emenda à Constituição da Transição) e no tocante ao novo arcabouço. A autoridade pesou a mão na incerteza associada a esse item”, disse.

Alta da taxa

No mercado de juros futuros, os investidores já trabalham com uma alta da Selic para contrabalançar os efeitos dessa injeção de recursos na economia prometida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Boletim Focus, porém, a maioria ainda vê como mais provável apenas o adiamento dos cortes da Selic.

Outro alerta relevante feito pelo BC no último Copom do ano foi sobre o cenário internacional. A entidade monetária reforçou que vê “ventos contrários” vindos do exterior para os países emergentes, como o Brasil, em razão do baixo crescimento esperado para 2023, aos desafios fiscais globais e ao aperto monetário em economias avançadas diante de uma inflação persistente. “O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, voltou a dizer o Copom.

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