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Acontece Banco Central entrega alta esperada na Selic, 14,25% ao ano, e antevê ajuste menor na próxima reunião

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Claudio Bier, presidente da FIERGS, pediu fim a escalada de juros.

Foto: Reprodução
País, porém, está bem distante da média mundial dos juros reais, que é de 1,7%. (Foto: Reprodução)

Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (Bacen) decidiu pela elevação da taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual (p.p.), confirmando a segunda das duas altas que haviam sido indicadas na reunião de dezembro do ano passado (quando Roberto Campos Neto era o presidente do Bacen). Com isso, a Selic passou aos 14,25% a.a.. Para a próxima reunião (06/07 de maio), conforme o comunicado, deve haver nova alta, mas em menor magnitude.

“A decisão do Copom quanto ao aumento da taxa Selic veio dentro do esperado. O que surpreendeu muitos foi a manifestação do Comitê de que haverá, no mínimo, um novo aumento de juros, ainda que em menor medida. O anúncio, em parte, diminui os ruídos relativos à condução da política monetária por um grupo majoritariamente escolhido pelo atual governo, sempre muito crítico à política até então implementada. A autonomia de fato do Banco Central começa a ser testada, e o primeiro sinal é aparentemente positivo. No entanto, cabe-nos lembrar sempre: a taxa de juros não precisaria ser tão alta se houvesse um maior controle das contas públicas, o que levaria a uma trajetória mais sustentável da dívida pública. Como já comentamos anteriormente, em 2025, vamos experimentar uma taxa de juros real historicamente elevada, e assusta pensar que isso pode não ser suficiente para vencer a inflação. Se política fiscal e monetária passam a intensificar a guerra de forças, cedo ou tarde, todos perderemos”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

Banco Central decidiu pela elevação da taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual. Foto: Reprodução

Na avaliação do cenário, permanece o ambiente externo desafiador diante das dúvidas associadas ao cenário dos EUA e suas consequências sobre a política monetária do Fed. No cenário doméstico, ponderam-se sinais incipientes de moderação do crescimento em um contexto de dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho, além da inflação e seus núcleos que seguem acima de meta e com elevação recente, bem como desancoragem adicional das expectativas. No balanço de riscos, prevalece o risco de alta. Nas projeções de inflação do próprio Copom, com câmbio em R$ 5,80/US$ conforme expectativas do Focus (R$ 6,00/US$ na reunião anterior), a estimativa para o IPCA de 2025 passou de 5,2% para 5,1%, e para o 3ºtrim26 foi de 3,9% (horizonte relevante para a Política Monetária).

A alta de 1,00 p.p. era amplamente esperada. O destaque ficou por conta da previsão pelo comitê de mais uma elevação na Selic na próxima reunião, porém em dose menor. Por mais que seja uma sinalização positiva, esperamos que o próximo aumento não seja o último. Assim, novamente, os detalhes da ata a ser divulgada na próxima terça-feira serão importantes, sobretudo para identificar as discussões acerca da preocupação com a atividade econômica e os efeitos defasados da política monetária. Por mais que haja sinais de desaceleração, as expectativas de inflação seguem desancoradas e muito distante da meta. Em um contexto em que há uma contínua busca por estímulos à demanda agregada (ex.: liberação de recursos do FGTS, tentativa de expansão do crédito consignado), a taxa de juros neutra tende a aumentar e assim, o efeito dos juros elevadíssimos pode ser menor que o esperado para leva à inflação à meta. Isso quer dizer que, sem controle da política fiscal, o efeito dos juros maiores perde força e se faz necessário patamares ainda maiores da Selic.

Claudio Bier, presidente da FIERGS, pede fim à escalada de juros

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Claudio Bier, também se manifestou sobre a nova elevação da taxa de juros e disse que a escalada precisa ter fim. Bier entende que decisão do Copom pune o setor produtivo. “Essa escalada de juros precisa ter fim, não dá mais para tentar consertar a economia aumentando a taxa, o remédio está pesado demais”, afirmou Claudio Bier, sobre a decisão desta quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em um ponto percentual a taxa Selic, para 14,25%.

Ainda segundo Bier, há alguns meses, isso ainda fazia sentido, mas atualmente, empresas perderam o crédito, pararam de investir, os bancos ficaram muito seletivos e a economia está sofrendo as consequências. Para o presidente da FIERGS, a solução passa por outros caminhos, como o governo controlar seus gastos. “Não dá para punir sempre o setor produtivo e a população”, encerrou Bier.

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https://www.osul.com.br/banco-central-entrega-alta-esperada-na-selic-14-25/ Banco Central entrega alta esperada na Selic, 14,25% ao ano, e antevê ajuste menor na próxima reunião 2025-03-20
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