O Banco Central Europeu (BCE) deixou suas principais taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira (14), conforme era amplamente esperado pelo mercado. Em linha com o Banco da Inglaterra (BoE) e ao contrário do Federal Reserve (FEd), o comunicado do BCE não mudou o texto de que os juros precisarão ficar em território suficientemente restritivo o tempo que for necessário e nem sugeriu possíveis cortes à frente.
Com a decisão, o juro de refinanciamento ficou estável a 4,50%, a taxa de empréstimos em 4,75% e a taxa de depósito em 4%.
O comunicado informa que apesar de a inflação ter desacelerado recentemente, ela deverá voltar a subir, pressionados por um mercado de trabalho que ainda está pressionando os custos com salários.
A projeção do BCE é de que inflação fique, em média, em 5,4% em 2023, em 2,7% em 2024, em 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026. “As condições financeiras mais apertadas estão impactando a demanda e derrubando a inflação”, diz o comunicado. E as condições financeiras apertadas também estão afetando a atividade econômica. O BCE reduziu sua projeção de crescimento econômico para a zona do euro em 2024 de 1% para 0,8%.
O banco também informou que vai reduzir seu Programa Emergencial de Compra da Pandemia (PEPP) em 7,5 bilhões de euros por mês no segundo semestre de 2024 para finalmente encerrá-lo no fim do próximo ano.
O PEPP é um programa temporário de compra de ativos públicos e privados iniciados em março de 2020 para conter os sérios riscos ao mecanismo de transmissão de política monetária e o cenário para a zona do euro gerados pela pandemia de covid-19.
Estados Unidos
Já o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) manteve os juros do país inalterados na quarta-feira (13), em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
A decisão já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última reunião, em novembro.
Em entrevista a jornalistas após o anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que os aumentos dos juros do país podem ter chegado ao fim. Mas ponderou.
“Embora acreditemos que nossa taxa de juros esteja no pico do ciclo de aperto monetário ou perto dele, a economia surpreendeu analistas”, disse.
Brasil
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na quarta-feira (13), reduzir a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.
Este foi o quarto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. A decisão foi unânime. As informações são do jornal Valor Econômico e do portal de notícias G1.