Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2016
Há dúvidas no BC (Banco Central) sobre a capacidade do governo do presidente interino Michel Temer de obter aprovação para as medidas de ajuste fiscal propostas ao Congresso na velocidade necessária para assegurar uma redução dos juros neste ano. A informação está na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26).
Na semana passada, o comitê manteve a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. “Todos os membros do comitê enfatizaram que a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação”, afirmou o Copom.
“Não houve consenso sobre a velocidade desses ajustes, o que sugere que constituem, ao mesmo tempo, um risco e uma oportunidade”, prosseguiu. O documento é o primeiro produzido depois que o economista Ilan Goldfajn assumiu a presidência do BC no lugar de Alexandre Tombini, que dirigiu a instituição durante o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff.
O documento ganhou novo formato, ficou mais sucinto e adotou linguagem mais clara. Dos vinte parágrafos, dois são dedicados à questão fiscal, que costumava ser tratada com cautela na era Tombini. Na gestão anterior, as atas evitavam mencionar a piora das contas do governo e manifestavam confiança no cumprimento das metas oficiais. (Folhapress)