Terça-feira, 04 de março de 2025
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2018
A regra de compra no exterior com o cartão de crédito mudou. O presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, anunciou que a taxa de câmbio que será utilizada para gastos com cartão de crédito no exterior passará a ser aquela do dia em que a despesa for efetuada. A mudança começará a valer a partir de março de 2020.
Atualmente, os bancos cobram a taxa de câmbio vigente no dia do vencimento da fatura. Segundo ele, essa nova regra, porém, ainda demorará “um tempo”, que não foi especificado, para ser regulamentada, de modo que as instituições financeiras também possam alterar seus sistemas de cartões de crédito.
“Hoje, estamos anunciando uma norma que foi aprovada ontem [terça] sobre a taxa de câmbio no cartão de crédito. Normalmente, [o cliente] compra no dia e a taxa de câmbio que paga é a do dia de vencimento da fatura. Às vezes, o que ocorre é que o que compra não é o que paga, pois o câmbio se deprecia [dólar sobe]. O que estamos instituindo agora é que a taxa terá de ser do dia que comprou”, explicou ele.
Permitida pelo BC desde o final de 2016, a opção de travar a cotação do dólar em compras e pagar a fatura com o câmbio do dia de cada transação só é oferecida pela Caixa.
Segundo Goldfajn, um cliente pode efetuar uma compra, pela regra que está em vigor atualmente, com o dólar mais baixo, por exemplo, a R$ 3,50, e, na hora de pagar a fatura, a moeda norte-americana pode estar mais cara, o que gera um custo adicional para os consumidores.
Ele explicou que, com a nova norma, haverá maior previsibilidade nessas compras no exterior, pois o cliente já saberá, no momento do pagamento, a taxa de câmbio que será cobrada na sua fatura. “Isso está se tornando obrigatório. Se quiser pagar [a taxa] do dia da fatura, pode negociar com o banco. Isso vai levar um tempo para mudar o sistema do cartão de crédito dos bancos, mas depois vai começar a valer. Muitos já oferecem esse serviço. Consumidor já pode ir procurando cartões com a taxa de câmbio do dia”, concluiu o presidente do BC.
Transição
Goldfan afirmou ainda que não prevê mudanças na política cambial executada pela instituição no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e estimou que a transição para o futuro presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, acontecerá até março de 2019.
O economista Roberto Campos Neto, indicado para comandar o BC na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro, ainda tem de passar por uma sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal e terá de ter seu nome aprovado. Também precisará passar pelo crivo do plenário da Casa. O presidente do Banco Central tem “status” de ministro. Desse modo, tem foro privilegiado.
“Estou imaginando a sabatina [do nome indicado para o BC] ocorrendo ao longo de fevereiro, e provavelmente essa transição ocorre até março. Estamos aqui. Em relação encontrar com o indicado, encontramos. Muito preliminar. Poucos encontros. A sabatina é só em fevereiro. Nada muito definitivo. A diretoria, acho que a ideia é essa transição ocorrer, a diretoria permanecer. Não temos muita insegurança em relação a isso”, declarou Goldfajn a jornalistas.