Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2015
O BC (Banco Central) espera uma retração de 1,1% da economia brasileira em 2015. Há três meses, a instituição projetava queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. A estimativa de retração divulgada no Orçamento do ano é de 1,2%. A projeção do mercado pela pesquisa Focus é de queda de 1,45%. A instituição também elevou a projeção de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o ano de 7,9% para 9%, maior valor desde 2003 (9,3%), acima do teto da meta, de 6,5%.
Para 2016, a previsão passou de 4,9% para 4,8%. Em junho de 2017, segundo o BC, a inflação ao centro da meta de 4,5%. O objetivo da instituição é alcançar esse valor em dezembro do próximo ano. As estimativas consideram a Selic (a taxa básica de juros) atual, de 13,75% ao ano, e um dólar cotado a 3,10 reais.
Os dados fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado nessa quarta-feira.
A instituição tem sinalizado que continuará a subir a Selic até que sua projeção para o IPCA de 2016 esteja em 4,5%, que é o centro da meta de inflação, que tem um intervalo de tolerância que vai até 6,5%. Quando esse valor é superado, o BC precisa divulgar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda para explicar o motivo de não ter cumprido o objetivo fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelo Banco Central, Fazenda e Ministério do Planejamento.
A chance de estouro da meta em 2015, segundo o BC, é de cerca de 99%. A instituição também projetou a inflação utilizando as expectativas do mercado para juros e câmbio. As previsões dos analistas são de um dólar mais caro ao longo do período e de uma taxa básica que chegaria a 14% ao ano no fim de 2015, para depois cair para 12% em 2016.
Nesse caso, a inflação ficaria em 9,1% no fim de 2015, 5,1% em dezembro de 2016 e 4,8% em junho de 2017, de acordo com o cálculo do BC.
Desemprego
Apesar dos dados recentes que mostram aumento do desemprego e queda na renda, o BC afirmou que ainda prevalece risco significativo de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação.
“Moderação salarial constitui elemento-chave para a obtenção de um ambiente macroeconômico com estabilidade de preços”, disse o BC no relatório. “A dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos.”
Segundo o Banco Central, após um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortalecer. (Folhapress)