Segunda-feira, 31 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2025
Se a projeção se confirmar, o número representará uma desaceleração em relação a 2024, quando a economia brasileira cresceu 3,4%.
Foto: ABrO Banco Central (BC) reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano de 2,1% para 1,9%. A projeção foi divulgada nesta quinta-feira (27) na primeira edição do Relatório de Política Monetária, criado pelo decreto que alterou o sistema de metas do país para o regime contínuo e que substitui o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Além disso, o BC sinalizou que só vê a inflação perto da meta (3,0%) no segundo semestre de 2027, conforme suas projeções oficiais, que levam em conta as estimativas da taxa Selic extraídas do Boletim Focus. No fim deste ano, a autoridade monetária calcula um risco de 70% de a inflação superar o teto da meta (4,5%), de 50% no relatório anterior, em dezembro.
Em relação ao crescimento econômico, no comunicado e na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC já havia apontado que havia sinais de “incipiente moderação” da atividade. O PIB do quarto trimestre de 2024 ficou aquém do esperado, com avanço de 0,2%. No ano de 2024, o PIB cresceu 3,4%.
No Relatório de Política Monetária, o BC afirmou que a desaceleração esperada ante o ano passado continua associada à política monetária mais contracionista, ao menor impulso fiscal, ao reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção e à moderação do crescimento global. O órgão ainda destacou que aumentou a incerteza em relação ao cenário base devido a fatores internos e externos.
Segundo o BC, a revisão reflete uma redução no crescimento esperado para os setores mais cíclicos (mais relacionados à situação da economia em geral), parcialmente compensada por um aumento nos demais.
Em relação aos setores cíclicos, a autoridade monetária considerou que a redução no crescimento esperado para 2025 está ligada aos juros reais (descontada a inflação) maiores no primeiro trimestre de 2025 do que o previsto no documento de dezembro.
A expectativa do BC é de que a taxa de juros real alcance o pico de 9,4% no segundo trimestre deste ano, ante 8,8% na estimativa anterior. Depois entraria em trajetória de queda, chegando a 6,5% no terceiro trimestre de 2027, ainda em um nível restritivo, maior do que o juro neutro (que não eleva nem reduz a inflação), calculado em 5%.
Já a melhora nas previsões para os setores menos sensíveis ao ciclo econômico deve-se, principalmente, ao aumento nas estimativas de produção agrícola e aos prognósticos mais favoráveis para a produção de petróleo.
“Pelo lado da demanda, continua-se esperando desaceleração relevante no consumo das famílias, na formação bruta de capital fixo (FBCF) e nas importações”, destacou o BC.
Pelo lado da oferta, o crescimento da agropecuária passou de 4,0% para 6,5%, enquanto indústria e serviços agora têm previsões de alta menores, de 2,4% para 2,2% na atividade fabril, e de 1,9% para 1,5% nos serviços.
“Em geral, as mudanças são resultado das surpresas no quarto trimestre, predominantemente negativas, e da expectativa de taxas de crescimento ao longo do ano um pouco menores do que se previa anteriormente.”
No lado da demanda, a previsão de aumento do consumo das famílias caiu bastante, de 2,4% para 1,5%, assim como a formação bruta de capital fixo (investimentos), de 2,9% para 2,0%. A projeção de consumo do governo ficou estável em 1,6%. Já exportação e importação subiram de 2,5% para 4,0%. As informações são do portal de notícias O Globo.