Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2022
Iniciativa faz parte de um esforço radical para colocar o banco de volta aos trilhos, o que é esperado acontecer somente a partir de 2025
Foto: DivulgaçãoO Credit Suisse anunciou o corte de 9 mil funcionários nos próximos três anos, em um esforço radical para colocar o banco de volta aos trilhos, o que é esperado acontecer somente a partir de 2025.
Em meio a novo prejuízo bilionário registrado no terceiro trimestre, o banco suíço revelou planos de levantar US$ 4 bilhões e realizar desinvestimentos, além de revelar ainda que vai reativar a marca First Boston para suas operações de banco de investimento – o nome havia sido abandonado em 2006.
Com o plano anunciado nesta quinta-feira (27), que prevê de cara a eliminação de 2,7 mil postos de trabalho, a instituição financeira espera entregar “retornos sustentáveis e atrativos” a partir de 2025. As ações do Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, registraram ontem um tombo de 18,6% na Bolsa de Zurique, com os investidores digerindo os anúncios do conglomerado.
Dentro do plano para levantar capital, a instituição financeira anunciou que US$ 1,5 bilhão virá do Saudi National Bank após conversas nas últimas semanas com grandes investidores no Oriente Médio em busca de recursos para sanar uma crise quase que existencial em seus 166 anos. Como resultado dessa operação, o banco árabe pode passar a ser um dos maiores acionistas do grupo suíço, com cerca de 10% de seu capital.
Novo nome
Na série de mudanças anunciadas ontem, o banco de investimento do grupo suíço foi renomeado para CS First Boston. A instituição quer ter uma cultura de sócios – chamada de “partnership” no jargão de mercado – e ser mais global, de acordo com o comunicado.
Dez anos depois, em 1988, o grupo suíço comprou 44% da First Boston. A operação, com o nome Credit Suisse First Boston, chegou ao Brasil em 1990. Em 2006, porém, o grupo deixou de usar a marca mundialmente, passando a usar apenas Credit Suisse.
Wall Street
Na esteira de desinvestimentos, o banco confirmou a venda de parte significativa do seu negócio de operações securitizadas baseadas em Wall Street e de outros negócios de financiamento para as gigantes Apollo Global Management e Pimco, duas das maiores gestoras do mundo. A unidade, baseada em Nova York, tem como foco a compra e venda de títulos lastreados em hipotecas, empréstimos e operações com cartões de crédito. A conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2023.
Brasil
Não há detalhes sobre os planos para o Brasil, mas o banco foi a mercado ontem para vender 37,5 milhões de ações do Modal, do qual é acionista. Foi um bloco considerável, dez vezes maior do que a média diária negociada na Bolsa. Após a venda, que será liquidada hoje, o Credit ficará com 9,8% do Modal – e não terá nenhuma restrição para novas vendas.