Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2024
Os valores cobrados começam em R$ 2,90 por mês e chegam a R$ 32,90, dependendo do tipo de cobertura e do montante segurado.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilA popularização das transações instantâneas, com a criação e difusão do Pix, resultou no aumento das movimentações bancárias suspeitas ou indevidas, além de prejuízos financeiros. Conforme uma pesquisa feita por uma empresa de cibersegurança, cada vítima que já sofreu com golpes virtuais perdeu, em média, R$ 3 mil.
Em muitos casos, a restituição dos valores roubados é lenta, burocrática, e não raras vezes a discussão vai parar na Justiça. Diante desse cenário, criou-se um mercado para proteger os consumidores: bancos e seguradoras passaram a oferecer coberturas contra danos causados por transferências fraudulentas.
Os valores cobrados começam em R$ 2,90 por mês e chegam a R$ 32,90, dependendo do tipo de cobertura e do montante segurado, que é definido na hora da compra do seguro, independentemente do número de transações indevidas.
“A vantagem de contratar um seguro para transações é a possibilidade de devolver o equilíbrio financeiro dos clientes que foram lesados”, afirma Carlos Eduardo Silva, membro da Comissão de Afinidades da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
A venda do Seguro Pix cresceu seis vezes no banco Inter, desde seu lançamento, em janeiro do último ano. Além da cobertura para essas transações bancárias, há o seguro por prejuízos causados por operações não autorizadas em cartão de crédito ou débito, quando há roubo ou furto do cartão. Neste caso, a venda da cobertura duplicou nos últimos dois anos.
“São movimentações por Pix, e TEFs (Transferências Eletrônica de Fundos) ou compras realizadas por meio do aplicativo, nos casos em que a vítima tenha sofrido uso de força física ou grave ameaça física. O seguro também abrange, neste caso, pai, mãe, cônjuge, filhos ou irmãos da pessoa segurada. É necessário, porém, fazer um boletim de ocorrência na delegacia. A indenização é limitada às transações que ocorrerem até 48 horas depois da primeira transação indevida”, destaca Thiago Bello, superintendente de Seguros do banco Inter.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) avalia que a contratação do seguro não exime a responsabilidade da instituição financeira por transações irregulares.
“O banco responde objetivamente pelas operações fraudulentas. Inclusive, já há decisões na Justiça nesse sentido. Quem oferece o serviço tem que garantir a segurança do mesmo”, afirma Ione Amorim, economista e coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Idec.
Além disso, a especialista recomenda prestar atenção ao contrato de adesão ao seguro e às condições para o ressarcimento do prejuízo, incluindo os valores e o limite da cobertura:
“As pessoas contratam seguro para se proteger. E precisam ler muito atentamente as cláusula dos contratos: se o seguro só vai ser pago sob certas condições, o patamar que o ressarcimento alcança”, explica Ione.
Além disso, os clientes podem pedir o ressarcimento de transações fraudulentas via Pix por meio do chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta criada pelo Banco Central (BC) para agilizar as devoluções às vítimas de golpes. Todas as instituições que oferecem o Pix são obrigadas a ter o sistema.
Dicas de segurança
Evite compartilhar dados sensíveis, como números de documentos, senhas ou códigos de segurança, com desconhecidos ou em sites não seguros.
Atualize senhas, utilize senhas fortes e únicas para cada conta.
Mantenha seu sistema operacional de celular e computador, aplicativos e antivírus atualizados para reduzir vulnerabilidades e proteger contra ameaças digitais.
Desconfie de solicitações de informações pessoais ou financeiras fora do contexto habitual, especialmente se forem urgentes ou ameaçadoras.
Utilize o aplicativo Celular Seguro. Após a solicitação do Celular Seguro, o banco suspende o acesso à conta e a todos os cartões, além de remover o método de pagamento das carteiras digitais de acordo com cada sistema operacional. Com o bloqueio temporário, os clientes podem recuperar o acesso posteriormente.
Cuidados com o celular
Ative o bloqueio automático de tela e da tela inicial por biometria facial ou digital.
Nos aplicativos, especialmente de bancos e redes sociais, utilize o duplo fator de autenticação e o bloqueio por biometria.
Durante o carnaval, mantenha o seu celular protegido e bem guardado em pochete, bolsa ou doleira.
Golpe da Troca de Cartão
Mantenha seu cartão sempre à vista: evite entregar seu cartão a terceiros, mesmo em estabelecimentos comerciais.
Nunca divulgue sua senha a ninguém: evite deixá-la anotada dentro da carteira ou da bolsa.
Esteja atento ao receber o cartão de volta: verifique se o cartão devolvido após uma transação é realmente o seu.
Mantenha contato com o banco: em caso de qualquer suspeita, entre em contato imediatamente.