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Banda Rolling Stones retira o hit “Brown Sugar” de seu repertório; entenda

Os Rolling Stones, em 2016, com Mick Jagger (à esquerda), Charlie Watts, Keith Richards e Ron Wood. (Foto: Reprodução)

Segunda música mais tocada pela banda Rolling Stones –  atrás apenas de “Jumpin’ Jack Flash”, de acordo com o portal Setlist Fm –, o hit “Brown sugar” foi retirado, pela primeira vez, do repertório do grupo desde que a canção foi lançada, há 52 anos.

Com alusão a sexo, drogas e escravidão, a letra não está sendo apresentada nos shows da atual turnê que os Rolling Stones fazem nos Estados Unidos. Diante da ausência da música, que costumava gerar os momentos de maior empolgação entre o público, fãs especulam que o fato tem a ver com um suposto conteúdo racista e machista da obra. Os músicos, no entanto, negam esta versão.

“Brown sugar” (“açúcar mascavo”, em tradução literal) seria uma referência às mulheres negras que foram escravizadas nos EUA. A letra dá voz a um homem que fala de uma mulher negra, o que, apesar da condenação à escravidão na obra, há quem interprete como um tom de objeto sexual. O refrão diz: “Açúcar mascavo, você é tão saborosa”.

Em outro trecho, logo no início da canção, um traficante de escravos, criticado na letra, chicoteia uma das escravas. O termo “whip” (“chicotear”, em inglês) já não era cantado pelo grupo há alguns anos. Vale lembrar que, nos EUA, “brown sugar” também é uma expressão que designa a droga heroína.

“Você percebeu isso aí, é? (Que paramos de tocar a música “Brown sugar”). Não sei. Estou tentando descobrir onde está o problema”, respondeu o cantor e guitarrista Keith Richards ao jornal “Los Angeles Times”, quando perguntado sobre a omissão da letra na turnê nos EUA. “Não entendem que a música é sobre os horrores da escravidão? Estão tentando enterrar isso.”

Keith Richards acrescentou ainda que, neste momento, não quer “entrar em conflitos sobre essa porcaria”: “Mas espero que sejamos capazes de ressuscitar a glória da nossa Brown sugar”.

Para Mick Jagger, a ausência da música do repertório dos últimos shows do grupo se deve apenas ao fato de “tocarmos essa música todas as noites, desde 1970”, como ele afirmou, também para o “Los Angeles Times”.

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