Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2023
Antes do STF, o atual presidente da Corte advogou por 30 anos.
Foto: Antonio Augusto/secom/TSEO presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nessa segunda-feira (23) não ter intenção de se candidatar a nenhum cargo do Poder Executivo no futuro, como sugeriu o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy em um evento em Paris neste mês.
O magistrado disse, durante uma palestra oferecida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), em São Paulo, esperar concluir seu “tempo” no STF e ir para casa.
“Eu não sou candidato a nada. Não tenho nenhuma aspiração política. Quero cumprir meu tempo e ir embora para minha casa, viver feliz e passear pelo mundo, se Deus quiser”, afirmou o presidente da Suprema Corte.
No último dia 13, no Fórum Esfera Internacional, em Paris, Sarkozy afirmou que o discurso do presidente do Supremo foi político. “Mais que um discurso de orientação jurídica. Muito interessante”, afirmou na ocasião.
Barroso afirmou que se referiu a um maior diálogo entre as pessoas no Brasil, ao que chamou de Agenda para o Brasil.
“A democracia tem lugar para todos. Nesse espírito de pacificação, eu tenho proposto o que chamei de Agenda para o Brasil, mas não é uma agenda minha, não é uma agenda do Supremo. É a agenda da Constituição, que oferece roteiro que, ao meu ver, congrega progressistas, liberais e conservadores. Causa do Brasil”, disse na palestra desta segunda.
O ministro está no STF desde 2013, quando assumiu a cadeira deixada por Carlos Ayres Britto, que se aposentou no fim de 2012. Pela atual regra de aposentadoria no Supremo, caso Barroso não saia antes, ele deve permanecer na Corte até 2033.
Antes do STF, o presidente da Corte advogou por 30 anos. Para ele, ser juiz é mais difícil.
“Não são apenas os honorários que fazem falta. É mais que isso. É porque o advogado tem uma vantagem. Ele precisa tomar uma decisão: se ele aceita ou não aceita a causa. Depois que o advogado aceita a causa, ele tem um compromisso legal que é defender todas as teses jurídicas razoáveis que atendam ao interesse que ele aceitou patrocinar. Então, o advogado tem um lado e ele não tem dúvidas, porque ele tem que defender aquele lado. Claro, que dentro dos limites da ética”, disse Barroso.
“O juiz tem que ouvir um lado, tem que ouvir outro, tem que ouvir Ministério Público, tem que respeitar os direitos fundamentais do acusado, mas ele também tem que proteger a próxima vítima. Advogados têm muitas certezas e juízes têm muitas dúvidas e angústias. É uma vida difícil, apesar de ser uma vida de muita realização também, como fui muito feliz na advocacia. A ideia do juiz é de servidor público, não exercer autoridade, é servir para sociedade”, concluiu.