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Batalha dos bonés no Congresso: como o acessório virou um meio para divulgação de recados políticos

Bolsonaristas reagem à "guerra dos bonés" com slogan "Comida barata novamente". (Foto: Reprodução)

A política brasileira ganhou uma nova dimensão nos últimos dias que pode ser descrita como a batalha dos bonés. A ala apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) organizou uma contrarreação ao governo nesta segunda-feira (3), e vieram com um boné com as inscrições “comida barata novamente, Bolsonaro 2026″ durante a sessão inaugural do Congresso Nacional.

Parlamentares também levaram pedaços de picanha com o adesivo de Bolsonaro e um pacote de café que parodia uma marca, ostentando a frase “nem picanha, nem café”.

Deputados exibiram os bonés e ergueram a carne enquanto provocavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia de usar o apetrecho partiu da liderança do PL na Câmara dos Deputados, comandada por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). “Lula cadê você / o povo brasileiro precisa comer”, cantaram os congressistas, logo no início da sessão.

O gesto foi alvo de reprimenda do novo presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP). “Por gentileza peço a cordialidade de todos os deputados e deputadas neste dia muito importante da democracia brasileira e a história do Parlamento brasileiro”, disse.

Quando o Congresso Nacional definiu os novos presidentes das duas Casas no sábado, (1º), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, levou bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, que compartilhou com parlamentares e ministros.

A frase foi idealizada pelo ministro da Comunicação, Sidônio Palmeira, como uma reação aos bonés vermelhos com a inscrição “Make America Great Again” (em inglês “faça os Estados Unidos grande novamente”), lema da campanha do presidente americano, Donald Trump, aliado de Bolsonaro.

“A ideia do boné quem me pediu foi um pessoal da periferia da zona Sul de São Paulo, do Parque Arariba. Aí tive a ideia de comprar esse boné para os ministros que viessem votar. Comprei os bonés e pedi para o Sidônio me dizer qual frase ele achava melhor”, explicou Padilha.

“Legislativo forte”

Em sua fala Alcolumbre disse que: “um legislativo forte é indispensável à liberdade democrática, com fiscalização do uso de recursos públicos. É um espaço de negociação e mediação social. Para isto, precisamos trabalhar de forma responsável. Uma oposição consciente é necessária e bem vinda na nossa democracia. Vamos reencontrar a cordialidade, o respeito mútuo e o diálogo. Precisamos voltar a ouvir antes de falar e falar sem agredir. O bem-estar dos brasileiros deve estar acima das nossas conveniências políticas e eleitorais”, completou.

 

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