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Geral Bate-boca sobre Dilma interrompe musical sobre Chico Buarque em BH; compositor proibe ator de usar suas canções

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Claudio Botelho e Soraya Ravenle em cena do musical. (foto: reprodução)

Uma apresentação da peça “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” em Belo Horizonte foi interrompida na noite de sábado (19) após um bate-boca entre o ator Claudio Botelho (codiretor da montagem, ao lado de Charles Möeller) e a plateia.

Segundo o relato de pessoas que estavam no teatro Sesc Palladium e do ator, o protesto foi motivado por um “caco” (improviso, no jargão teatral) na metade da peça, que retrata uma trupe teatral e transita entre canções dos quatro musicais criados por Chico.

A cena narrava a história de uma cidade pequena em que ninguém havia ido ao teatro em uma noite.

“Era a noite do último capítulo da novela das oito. Era também a noite em que um ladrão ex-presidente talvez tenha sido preso. Ou uma presidente ladra recebeu o impeachment?”, teria dito Botelho, que atua no musical como o dono de uma companhia teatral.

A fala motivou vaias de parte da plateia, e alguns espectadores se levantaram e se dirigiram à saída do teatro –segundo o ator, cerca de 25% da plateia. “Falei [para quem se manifestava]: ‘Vocês não são obrigados a ver a peça, podem pegar seu dinheiro de volta’.”, conta Botelho.

Pessoas que estavam próximas à saída da sala de teatro começaram, então, a entoar gritos de “Não vai ter golpe” –usados, nos últimos dias, em protestos em defesa de Dilma e Lula.

O diretor chamou o grupo de censor, lembrando a invasão de agentes da ditadura militar a um teatro em que a peça “Roda Viva”, de Chico, era encenada pelo Teatro Oficina, em 1968. Depois, Botelho tentou duas vezes retomar o espetáculo, sem sucesso – os gritos continuavam. As cortinas se fecharam e, pelo alto-falante, o teatro informou que os ingressos seriam reembolsados.

De acordo com o ator, a reação das pessoas foi “agressiva”. “Comecei a ficar com medo. Tive que sair escoltado pela polícia. Eu corria o risco de linchamento.”

Em sua conta no Facebook, o Sesc Palladium afirma que a apresentação de sábado “foi interrompida devido às reações motivadas pela manifestação política de um ator do espetáculo”. A sessão deste domingo (20) também foi cancelada.

ÁUDIO

Um áudio divulgado na internet registra Botelho no camarim, logo após a sessão, discutindo com Soraya Ravenle, atriz da peça.

Nitidamente exaltado, Botelho diz que “são neofacistas, são escrotos, são petistas, são o que há de pior no Brasil.”

Na publicação, o ator é acusado de racista porque disse: “Essa gente chega e peita um ator que está em cena. Um ator que está em cena é um rei, não pode ser peitado. Não pode ser peitado por um negro [ou nêgo, segundo o diretor], por um filho da puta que está na plateia. Eu estava fazendo uma ficção.”

“Quis dizer ‘nêgo’, a gíria, no sentido de “alguém”, não é uma questão racial. Não sou racista”, diz o ator, que não sabe quem gravou o áudio, mas diz que está tentando, na Justiça, tirá-lo do ar.

Na discussão com Soraya, a atriz diz que não concorda com Botelho e que ele “tocou na ferida que está aberta a semana inteira”.

“Soraya é muito panos quentes. Aquilo não é uma briga, a gente é muito amigo. Eu estava muito nervoso”, diz o ator.

O ator – que suspendeu sua conta no Fabebook após o ocorrido –, compara o que aconteceu no sábado com a censura da ditadura. “As pessoas conseguiram fazer o que os militares fizeram com ‘Roda-Viva’ [musical de Chico encenado pelo Teatro Oficina em 1968]: pararam uma peça.”

Segundo a assessoria de Chico Buarque, o compositor “reagiu com espanto e muito desagrado à postura de Claudio”. O músico também declarou que proibirá Claudio Botelho de usar suas canções. (Folhapress)

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