Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2015
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu pela primeira vez nesta quarta-feira (13) ter sido traficante de drogas. O reconhecimento ocorreu na sessão que julga se ele liderou o massacre de criminosos rivais dentro do presídio de segurança máxima de Bangu (zona oeste do Rio), o que ele nega.
A afirmação ocorreu durante seu depoimento de defesa. E destoou das qualificações que declarava anteriormente. Beira-Mar costumava se apresentar como pecuarista ou comerciante.
“Era matuto [responsável por abastecer as facções com armas e drogas]. Era pecuarista graças às vendas de entorpecentes”, afirmou.
No depoimento que está sendo prestado no 1º Tribunal do Júri, Beira-Mar se mostrou muito articulado e pediu para se defender diante do juiz Fabio Uchôa e de promotores. Com condenações que somadas chegam a 120 anos, o traficante disse que não matou ninguém e que o nome dele “dá Ibope”.
“Estou aqui por causa do meu vulgo. Meu nome justifica tudo. Não há indício contra mim”, disse ele.
Beira-Mar, então líder da facção Comando Vermelho, é acusado pelo homicídio de quatro traficantes rivais, da ADA (Amigos dos Amigos), dentro do presídio de Bangu em 11 de setembro de 2002. Entre os mortos estava Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, líder da facção ADA. A rebelião durou 23 horas e só terminou após negociação entre os traficantes e agentes do Estado.
Na denúncia, o MP relata que Beira-Mar liderou a ação matando rivais numa disputa entre facções. O traficante pode ser condenado a 30 anos por cada assassinato. O júri é composto por cinco mulheres e dois homens. (Folha)