Por Redação O Sul | 10 de abril de 2022
Silvio Berlusconi falou com decepção sobre um velho amigo que manteve em seus últimos mandatos como primeiro-ministro da Itália: Vladimir Putin. Em seu primeiro discurso após a invasão russa na Ucrânia, em 14 de fevereiro, o magnata italiano de 85 anos disse que o presidente russo deve ser “responsabilizado por crimes de guerra”.
“É realmente uma pena. Não posso nem quero esconder a minha decepção com o comportamento de Putin que sempre me pareceu um homem da democracia e um homem de paz”, discursou Berlusconi, sob aplausos, durante uma convenção de seu partido conservador, Forza Italia, em Roma.
“O ataque à Ucrânia, em vez de trazer a Rússia para a Europa, a jogou nos braços da China. É realmente uma pena”, completou Berlusconi.
Anos atrás, Berlusconi, que foi primeiro-ministro de três governos (1994-95, 2001-2006 e 2008-2011), chegou a tratar Putin como “o número 1 entre os líderes mundiais” e até mesmo de “irmão mais novo”.
Bombardeios russos
A Rússia voltou a bombardear no domingo (10), o aeroporto de Dnipro, no leste da Ucrânia, segundo o governador da região de Dnipropetrovsk. No dia 15 de março, o local já havia sido alvo de ataques russos – que destruíram a pista e danificaram o terminal.
“Novo ataque contra o aeroporto de Dnipro. Não resta mais nada. O próprio aeroporto e as infraestruturas próximas foram destruídos. E os mísseis continuam voando”, afirmou pelo Telegram Valentin Reznichenko. Ainda não há divulgação do número de vítimas.
Apesar do ataque anterior, a cidade de Dnipro não vinha sendo uma das mais afetadas pela invasão das tropas russas. Com cerca de um milhão de habitantes, o município cortado pelo rio Dnieper delimita a região leste da Ucrânia e é conhecido pelo aspecto industrial.
No sábado, a União Europeia anunciou que já recolheu 9,1 bilhões de euros – equivalente a mais de 46 bilhões de reais – para ajudar os refugiados da guerra. A arrecadação se deu por meio de um evento chamado Stand Up for Ukraine, que acontece em Varsóvia, na vizinha Polônia. A Rússia começou a invasão no dia 24 de fevereiro, ou seja, a “operação especial” de Vladimir Putin já dura um mês e meio.
Também neste fim de semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia está atacando toda a Europa com a agressão ao seu país. O mandatário afirmou que impedir a invasão à Ucrânia é fundamental para a segurança de todas as democracias.
