Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2022
A bichectomia é um procedimento cirúrgico estético-funcional, cujo principal objetivo é reduzir o tamanho das bochechas.
Foto: FreepikÉ irrefutável que a bichectomia (redução de bochechas) se transformou em um dos procedimentos estéticos mais procurados em clínicas pelo País. A principal razão dessa moda se dá por conta das redes sociais e influenciadores que divulgam suas bem-sucedidas cirurgias. Apesar de ser segura, sendo feito com profissionais especializados em lugares cirúrgicos preparados para o procedimento, é cada vez mais comum pessoas usarem as mesmas plataformas digitais para divulgar os erros, os riscos e as cirurgias que não foram bem realizadas.
A cirurgiã dentista especialista em harmonização orofacial e coordenadora do Harmony Face Cursos, Dany Moura, revela que isso ocorre porque nem todas as pessoas têm indicação para fazer a bichectomia e acabam procurando especialistas que fazem o procedimento sem pedir exames pré-operatórios ou que não entendem da anatomia da face do paciente.
“Assim como todas as cirurgias, essa também tem riscos. Não é porque ela é simples que não tem problemas. Ela não é recomendada para todas as pessoas. É indicada, principalmente, para aquelas pessoas que têm a bolinha de bichat mais externa, que é projetada para frente, quando atrapalha na mastigação ou no modo de falar da pessoa. As pessoas precisam fazer uma ultrassonografia antes para ver se elas estão aptas a realizar esse tipo de procedimento, caso contrário, não deve ser feito”, explica Moura.
A bichectomia é um procedimento cirúrgico estético-funcional, cujo principal objetivo é reduzir o tamanho das bochechas. Para isso, retira-se as bolas de Bichat, que são um tecido gorduroso, localizado abaixo das maçãs do rosto. Durante a infância, essa gordura auxilia o bebê na sucção, durante a amamentação. Para os pacientes que não têm indicação, por exemplo, as maçãs do rosto podem não ser afinadas, não ter modificação aparente, além do rosto emagrecer excessivamente e o paciente ficar com um aspecto cadavérico.
“Se tira a gordura, de qualquer parte do corpo, perde sustentação da pele, se perde a sustentação, a consequência é ficar flácida e caída. A pele acaba ficando mais seca e os ossos do rosto ficam mais aparente, dando uma impressão mais ‘esqueletizada’. Muitas pessoas se queixam que parecem mais velhas, com rugas, olheiras, ao invés de parecerem mais joviais. E a razão é porque elas não eram aptas para a cirurgia”, diz.
A dentista afirma que em muitos casos, e cita famosas como exemplo, precisam fazer outros tipos de procedimentos estéticos no rosto para melhorar e amenizar os problemas causados pela bichectomia, como uma harmonização facial, uso de bioestimuladores e preenchimento facial.
Outro ponto levantado pela especialista são os cuidados pós-operatórios e a lista de recomendação que os pacientes precisam seguir à risca para não ter complicações, como por exemplo: não mastigar alimentos mais duros nos dias seguintes, sempre preferir um alimento mais pastoso, como purê, ou carnes macias, como a moída. Tomar a medicação nos horários certos, fazer compressas de gelo, repouso pelo menos na primeira semana e, se possível, fazer uma drenagem com um fisioterapeuta habilitado.