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Biden convida Bolsonaro e outros 39 líderes mundiais para reunião sobre clima

A chamada "Cúpula dos Líderes sobre o Clima" será nos dias 22 e 23 de abril. (Foto: Reprodução) 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou, o presidente Jair Bolsonaro e outros 39 líderes mundiais a participarem de uma reunião sobre clima. A chamada “Cúpula dos Líderes sobre o Clima” será nos dias 22 e 23 de abril e ocorrerá online, com transmissão ao vivo.

A intenção é que o evento seja uma preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26, prevista para acontecer de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.

O convite foi oficializado em uma publicação na página da Casa Branca. Outros convidados incluem a chanceler Angela Merkel, da Alemanha, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Bolsonaro trocou críticas com ambos em 2019 sobre a Amazônia.

Entre os possíveis participantes estarão os membros do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, que inclui 17 países responsáveis por aproximadamente 80% das emissões globais de gases estufa e do PIB global. O Brasil faz parte dessa lista (veja todos os integrantes ao final desta reportagem).

Também foi convidada para o encontro a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, que, junto com Merkel e Macron, recebeu, em janeiro, um pedido de ajuda de 9 ex-ministros do Meio Ambiente brasileiros para a floresta. No texto, escrito pouco depois do colapso do sistema de saúde em Manaus, os ex-ministros disseram que a “Amazônia brasileira está sendo devastada neste momento por dupla calamidade pública, ambiental e de saúde”.

A Noruega é a principal doadora do Fundo Amazônia, com cerca de 94% do financiamento. Em 2019, o país bloqueou um repasse de R$ 132,6 milhões ao fundo depois que o Brasil anunciou a intenção de alterar a composição de um comitê de desmatamento do fundo e de destinar recursos para indenizar proprietários de terras. Na época, o país nórdico também pediu a empresas que atuam no Brasil que verificassem se estavam causando danos à Amazônia.

A Alemanha, segunda maior doadora, também suspendeu repasses. Juntos, os dois países respondem por quase todo o financiamento do fundo; apenas 0,5% vem da Petrobrás.

Para o encontro de abril, Biden também convidou líderes de países que estão demonstrando forte liderança climática, são especialmente vulneráveis aos impactos do clima ou estão traçando caminhos inovadores para uma economia de emissões líquidas zero de gases estufa. Um pequeno número de líderes empresariais e da sociedade civil também participará.

Metas americanas 

No evento de abril, os Estados Unidos vão anunciar a meta americana de emissões de gases estufa até 2030. O intuito das metas de emissões é que cada país determine o seu objetivo nacional de modo a evitar que a temperatura do planeta aumente mais que 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

Manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC é uma das metas estabelecidas no Acordo de Paris. Em novembro, o ex-presidente americano Donald Trump oficializou a saída dos EUA do acordo – que já havia sido anunciada por ele três anos antes.

Em janeiro, ao assumir a presidência, Biden assinou um ato executivo que colocou os Estados Unidos outra vez no acordo.

No convite, a Casa Branca diz que a Cúpula dos Líderes sobre o Clima “enfatizará a urgência – e os benefícios econômicos – de uma ação climática mais forte”. Biden convidou os líderes a usarem a reunião “como uma oportunidade para delinear como seus países também contribuirão para uma ambição climática mais forte”.

O encontro, diz a nota, “será um marco importante” no caminho para a COP26. A cúpula também deve destacar “exemplos de como a ambição climática aprimorada criará empregos bem remunerados, promoverá tecnologias inovadoras e ajudará os países vulneráveis a se adaptarem aos impactos do clima”.

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