Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2022
Conversa entre líderes durou cerca de uma hora.
Foto: ReproduçãoOs presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Joe Biden e Vladimir Putin, conversaram neste sábado (12) por telefone sobre a escalada da crise na Ucrânia.
Uma autoridade do governo americano disse que os líderes discutiram por quase uma hora e falaram sobre a presença de tropas russas ao redor da Ucrânia.
Antes da ligação entre os líderes, os chefes das diplomacias russa e americana, Sergei Lavrov e Antony Blinken, também conversaram por telefone.
Em comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia após a chamada, Lavrov acusou Washington de fazer uma “campanha de propaganda” sobre uma possível agressão russa.
Incidente no Pacífico
Pouco antes do início do telefonema, as forças armadas da Rússia disseram ter interceptado um submarino americano próximo a uma ilha do extremo-leste do país.
Segundo os militares, a embarcação ignorou um alerta dado pela Marinha russa que diz ter usado “meios apropriados” para expulsão.
Não há, até a última atualização desta reportagem, mais explicações sobre quais seriam os meios apropriados.
O incidente foi registrado no extremo-leste Russo, no Oceano Pacífico, distante da Ucrânia, para onde os olhos estão voltados neste momento em meio a uma escalada de tensão na fronteira.
O Ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, convocou o adido militar americano na região para discutir o que alega ser uma violação das águas russas, informou a agência russa RIA.
Conversa com Macron
Antes do telefonema com o americano, Putin já havia anunciado que se comunicaria com o presidente francês Emmanuel Macron sobre a crise na Ucrânia.
Macron esteve em Moscou durante a semana como parte dos esforços diplomáticos da União Europeia para evitar uma escalada na tensão e o início de conflitos na região.
Neste sábado, os líderes conversaram por cerca de 1h40. O porta-voz do Kremlin disse que não divulgaria o conteúdo das conversas.
A Presidência francesa disse em nota, no entanto, que Macron disse a Putin que o diálogo “não é compatível” com a escalada de tensão e que busca a estabilidade na Europa.
Saída dos americanos
Em meio às crescentes tensões com a Rússia, o Departamento de Estado dos Estados Unidos ordenou que funcionários não essenciais da embaixada dos EUA deixem a Ucrânia.
Apesar da redução do pessoal, toda a equipe manterá os esforços diplomáticos e de assistência em apoio à segurança, democracia e prosperidade da Ucrânia, informou a embaixada no Twitter.
Há esperanças de que o envolvimento individual de Biden com Putin possa ser a melhor chance de uma resolução para o impasse sobre a Ucrânia.
Duas ligações em dezembro entre Biden e Putin não produziram avanços, mas prepararam o terreno para a diplomacia entre seus assessores.
Os dois líderes não se falaram desde então, e diplomatas de ambos os lados têm lutado para encontrar um terreno comum. As negociações de quatro vias em Berlim entre Rússia, Ucrânia, Alemanha e França na quinta-feira (10) não progrediram.
Também neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha pediu que seus cidadãos deixem a Ucrânia e só fiquem no país em caso de necessidade máxima, assim como a Lituânia e Kwait. Os EUA já haviam pedido que seus cidadãos saíssem da Ucrânia o mais rápido possível, apelo ecoado por países como Reino Unido, Japão, Holanda, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.