Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 27 de abril de 2020
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Jair Bolsonaro se antecipou à bomba da saída do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Com uma base governista fraca e diante de um cenário cada vez mais tenso junto ao Congresso Nacional, desde 1º de abril o presidente vem abrindo a porta do gabinete para partidos do chamado Centrão. Bolsonaro conversou pessoalmente com os presidentes do Progressistas (ex-PP, no qual já desfilou), Ciro Nogueira; MDB, Baleia Rossi; PSD, Gilberto Kassab; DEM, ACM Neto. Bolsonaro articula o apoio definitivo das bancadas desses partidos para se blindar contra um impeachment. Essa aproximação deve-se ao esforço do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Sinais
No fim de semana, Efraim Filho (DEM) e o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, já soltaram um discurso de ‘cautela’ sobre acusações de Moro contra Bolsonaro.
Bem perto
Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto, donos do PTB e PL, respectivamente, já indicam fechar com o presidente. Bolsonaro já tem perto de 400 deputados na base.
Pé do ouvido
ACM Neto tem repetido a amigos, há semanas, que não é bom para o DEM e o País o belicismo verbal do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contra Bolsonaro.
Moeda valiosa
O ministro do Desenvolvimento Regional (pasta que já foi Cidades, em Governos anteriores), Rogério Marinho, passou duas vezes pelo Palácio na última semana e ouviu indicativos de que pode dançar do cargo. Bolsonaro estuda entregar a pasta, numa minirreforma ministerial, ao Progressistas de Ciro, ou ao PSD de Kassab.
Oi, patrão
O deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), um parlamentar de baixo clero, esteve com o presidente Bolsonaro no gabinete presidencial pelo menos cinco vezes apenas este mês. Vem a ser genro do dono do SBT, Silvio Santos. Nem o vice-presidente Hamilton Mourão teve o privilégio.
Queimação
Bolsonaro reclamou com ministros palacianos da atuação do ex-ministro Sérgio Moro no Congresso Nacional. Para o presidente, Moro cedia demais no debate com a oposição, e entregou ao PT até relatorias de projetos importantes do Palácio.
Já esqueceram
A grande vitória da saída de Moro é da ala bandida do Congresso Nacional. A que ajudou a derrubar o pacote de projetos de combate ao crime organizado.
Quarteto
O quarteto de deputados hoje mal visto pelo Palácio: Rodrigo Maia, Kim Kataguiri, Joice Hasselmann e Alexandre Frota. Os três últimos eleitos como bolsonaristas .
Desunião, nessa hora..
De Levy Fidelix, presidente do PRTB, partido do vice Mourão, a aliados sobre a tensão criada nos últimos dias: “É lamentável que num momento tão crítico ainda vemos esse embate de egos desnecessário fragmentar a já tão fragmentada base de governabilidade de nosso País”. Preocupa-me muito, também, o fracionamento do poder Federativo Nacional onde estados, municípios e a União se combatem mutuamente.
Hein!?
O DEM fechou os olhos para os escândalos com acusações de estelionato envolvendo o deputado federal Luís Miranda (DF), e o tornou vice-líder do partido.
Curralzinho
Enio Marques, um veterinário ligado à JBS – levado ao Governo por Ônix Lorenzoni – continua na Casa Civil com General Braga Neto.
Vitória da vida
O STF, em votação virtual, já enterrou a ação que poderia autorizar aborto de feto com zikavírus. Até ontem, o placar estava em 6 a 0, a maioria dos ministros na Corte.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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