Simpatia é quase amor, mas por enquanto o presidente Jair Bolsonaro e os partidos do “centrão” ou “blocão”, que reúnem 351 parlamentares na Câmara, não falam em casamento de papel passado. Mas combinaram unir forças contra o Covid19. Os líderes do grupo afirmam que não há espaço para “apoio cego”, sem senso crítico, até porque o momento é agir contra a pandemia. Mas têm elogiado as “conversas propositivas” e as frequentes reuniões em videoconferência com o Palácio do Planalto.
Projeto piloto
A proposta que substitui o Plano Mansueto, de socorro aos Estados, é projeto-piloto. Se der certo, o casamento com Bolsonaro será celebrado.
Pontos consensuais
R$35 bilhões servirão para compensar a perde de receita do ICMS e será estabelecido “espaço fiscal” para ampliar o endividamento.
Mesmo barco
“Estamos todos no mesmo barco”, diz o líder do grupo, deputado Arthur Lira (AL), defensor da aproximação neste momento de crise.
General político
O ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) é um dos principais artífices da aproximação com o blocão. Hábil e paciente, tem agradado muito.
Interesse de Dória garantiu sobrevida a Mandetta
A aparente pacificação das relações do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Saúde parece haver desapontado o governador João Doria (PSDB). Não pela paz no lado inimigo, mas porque ele estava louco pela jogada de nomear Luiz Henrique Mandetta para a Secretara de Saúde. Ao ser advertido dessa possibilidade, Bolsonaro avaliou que seria mais inteligente manter o ministro do que entregá-lo ao projeto adversário.
Mais um na lista
Não há informações oficiais sobre um plano para atrair Mandetta, mas, caso consumado, seria mais um ex-ministro no secretariado de Doria.
Paulistério de Dória
Na equipe de Doria há vários ex-ministros como Rossieli Soares, Sergio Sá Leitão, Henrique Meirelles, Alexandre Baldy e Vinícius Lummertz.
Grande chance
Com Mandetta o governo se livraria do atual secretário, José Henrique Germann, cuja atuação é avaliada “fraca” até por tucanos mais crentes.
Só pensam naquilo
O governador gaúcho Eduardo Leite é mais um gestor público a dar exemplo, reduzindo o próprio salário em 30%. Enquanto isso, políticos da espécie de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre se fingem de mortos.
Pendurado na brocha
O MDB deixou o deputado Osmar Terra (MDB-RS) pendurado na brocha, quando o Ministério da Saúde esteve na sua mão. Mas se saiu bem: em todas as conversas sempre dizia não ser necessário demitir Mandetta.
Novo nome na roda
A aproximação de Bolsonaro com o “blocão” liderado pelo Progressistas fez ressurgir o nome do deputado Ricardo Barros (PR) para voltar ao Ministério da Saúde, que chefiou durante o governo Michel Temer.
Abril pior
Para a FGV, os resultados de queda do índice de confiança do consumidor e do “índice de sentimento do Twitter”, sinalizam uma queda ainda mais forte da confiança do brasileiro no mês de abril.
Isso vicia
Ideia de prorrogar mandato de prefeitos e vereadores até 2022, devido à Covid19, pode ser “viciante”, segundo Francis Ricken, mestre em Ciência Política. “Pode abrir caminho e ser fatal para o sistema democrático”.
Nível ‘aceitável’
Ao comentar a letalidade do coronavírus no Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber, disse esperar que a taxa real fique em torno de 0,5% e 1% dos casos com o aumento dos testes.
Problema orçamentário
O grande número de municípios no Brasil agravou os gastos públicos. “Hoje, há um funcionário público para cada 13,6 brasileiros”, diz o advogado Cloves Souza, para quem a solução não é simples.
Outros inimigos
A cobertura monotemática do coronavírus faz parecer que ele é o único problema atual, mas o Butantan elevou a produção de vacinas contra a gripe em 13%. Serão entregues 75 milhões de doses para todo o país.
Perguntar não contamina
Se vão mandar prender quem estiver na rua, por que libertaram quem estava preso?
PODER SEM PUDOR
Medo de avião
Israel Pinheiro era presidente da Cia Vale do Rio Doce e tentava convencer um engenheiro americano, recém contratado, a embarcar num pequeno avião para conhecer uma jazida da empresa. O americano morria de medo de avião, mas Israel garantiu que o bimotor era seguríssimo. Quando chegaram no aeroporto Santos Dumont, o americano entrou em pânico: o aviãozinho era um minúsculo monomotor. “O sr. me disse que era um bimotor…”, queixou-se. “Pois é, são dois motores. Um fica no avião e outro na revisão”, informou Israel.