O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), Aloizio Mercadante, afirmou nessa terça-feira (16) que a instituição já financiou mais de R$ 3 bilhões para a reconstrução do Rio Grande do Sul, que foi assolado por grandes enchentes no mês de maio.
Mercadante disse que, em 72 horas, foram R$ 2,7 bilhões em financiamentos para capital de giro e R$ 500 milhões para investimento no estado que foi atingido por enchentes durante o mês de maio.
No fim de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória que disponibiliza linhas de crédito para empresas no RS.
O governo liberou R$ 15 bilhões em financiamentos para negócios que tenham sofrido perdas materiais nas áreas efetivamente atingidas pela calamidade no Estado. “O pessoal está trabalhando em tempo integral para poder atender a demanda”, disse Mercadante.
O programa do banco de desenvolvimento, chamado BNDES Emergencial, abrange três linhas de crédito. Uma delas corresponde a empréstimos para compra de máquinas e equipamentos.
A segunda é voltada para o que a instituição chama de investimento e reconstrução. Isso inclui, por exemplo, a construção ou reforma de fábricas, galpões, armazéns e outros estabelecimentos comerciais.
A terceira linha prevê capital de giro para necessidades imediatas –pagamento da folha e de fornecedores, recomposição de estoques e demais gastos de manutenção ou retomada de atividades fazem parte dessa lista.
A catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul atingiu empresas de diferentes portes e setores no início de maio. Empresários vinham cobrando do governo federal urgência na liberação de recursos com juros baixos.
No programa do BNDES, as taxas de juros são de até 0,6% ao mês nas linhas de máquinas e equipamentos e de investimento e reconstrução. No caso da modalidade de capital de giro, o percentual é de até 0,9% ao mês. Os prazos de pagamento são de até cinco ou dez anos e incluem períodos de carência.
Fundo Clima
O presidente do BNDES também falou sobre o Fundo Clima, programa que garante recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.
Segundo ele, o banco já tem uma demanda de R$ 31 bilhões para financiamento de projetos até 2026. “No fundo clima, nós já temos projetos protocolados até 2026, com uma demanda de R$ 31 bilhões e alguns projetos muito interessantes, muito inovadores”, afirmou.
Mercadante se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nessa terça para tratar do desempenho do banco de fomento no semestre. Ele afirmou que houve aumento de 79% nas aprovações de crédito no período e desembolso de 21%.
Já a demanda de crédito para exportação de bens industriais cresceu 135% no semestre.
“Então os dados são muito fortes, o que mostra que acho que a Fazenda vai ter que rever a projeção de crescimento da economia este ano. Pelo BNDES, nós vamos ter um crescimento maior do que está projetado até agora”, disse Mercadante.