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Brasil Boeing que transportava os presidentes da República do Brasil foi vendido por apenas 13 mil reais em um leilão pela internet

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"Sucatão" foi comprado em 1986 e serviu a todos os presidentes desde então. Todos se queixavam dele. Crédito: Reprodução

Aposentado em 2013, o Boeing 707 KC-137 n 2401, aeronave que ficou conhecida como “Sucatão” durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi finalmente desmontado no Parque de Material Aeronáutico do Galeão, no Rio de Janeiro, fazendo jus ao apelido. Em março do ano passado, o antigo avião presidencial virou sucata após seu desmonte completo e foi vendido por 13,5 mil reais em um leilão pela internet, valor medido pelo peso de sua estrutura metálica reaproveitável. Comprado da Varig em 1986, o Boeing serviu a todos os presidentes eleitos após a redemocratização até Luiz Inácio Lula da Silva. E todos se queixavam dele. Até que, em 2005, o petista comprou o Airbus apelidado de AeroLula.
Destruição necessária.
De acordo com a FAB (Força Aérea Brasileira), a destruição da aeronave era necessária para preservar segredos militares e evitar a reutilização de equipamentos aeronáuticos.

Seu comprador foi o empresário Paulo Renato Pires Fernandez, ex-funcionário da Transbrasil. O alumínio aeronáutico foi fundido. Seu mercado potencial são Espanha, Estados Unidos e China. O empresário informou que conseguiu preservar as quatro turbinas do Sucatão. Elas devem ser doadas para uma escola de aviação. Alguns itens eletrônicos também se salvaram e serão recertificados para uso.

Fernandez afirma que tentou preservar a aeronave: “Tentei, junto com o doutor João Amaro [presidente do Museu da TAM] levar para lá. Não conseguimos de jeito nenhum porque eles [FAB] alegavam que tinha segredo militar”, contou. O Museu Aeroespacial, da Aeronáutica, também foi descartado, pois sua pista é imprópria para o pouso do Boeing. O transporte por terra foi considerado inviável.

Desinteresse.

Destino idêntico do Sucatão teve o Boeing com numeração 2403. Seus restos foram comprados por 10,5 mil reais, também por Fernandez. O empresário ofereceu ainda 100 mil reais à FAB pelo Boeing 707 KC-137 que resta. Quer levá-lo ao Museu da TAM. A Aeronáutica ainda tenta vendê-lo inteiro em leilão. Em duas tentativas, ninguém apresentou interesse em gastar os 312,2 mil reais solicitados.

Trajetória.

O Boeing 707 ganhou o apelido de “Sucatão” em 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando se cogitou comprar um novo avião. Criticado pelos presidentes, o avião sempre foi venerado por militares da Aeronáutica por sua capacidade de reabastecer jatos em pleno voo. A aposentadoria do KC-137 foi marcada com uma cerimônia do esquadrão Corsário, responsável pela aeronave, no aeroporto do Galeão, no Rio.

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