Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2019
Na foto, a ministra de Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric
Foto: ReproduçãoO governo da Bolívia acredita que o incidente protagonizado na sexta-feira (27) por diplomatas espanhóis na residência da embaixadora mexicana em La Paz tenha ocorrido para tirar um ministro do ex-presidente Evo Morales asilado no local, uma suposição negada “categoricamente” por Madri neste sábado (28).
Na véspera, diplomatas espanhóis tentaram entrar junto com pessoas “encapuzadas” na sede diplomática, onde estão asilados vários membros do antigo governo, mas a polícia que vigia o local os impediu de entrar, explicou na sexta-feira a chanceler boliviana, Karen Longaric.
Neste sábado, o ministro boliviano do Governo (Interior), Arturo Murillo, assegurou que os espanhóis tinham tentado evacuar às escondidas o ex-ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, contra quem a justiça do país emitiu ordem de prisão pelos crimes de sedição e terrorismo.
“Nós tememos que o que iam fazer era tirar um criminoso comum como Juan Ramón Quintana; isto foi abortado”, disse Murillo. O ex-ministro Quintana foi um dos mais próximos colaboradores de Morales desde que ele chegou ao poder, em 2006.
A residência da embaixadora Maria Teresa Mercado está no centro de uma disputa entre o governo interino da Bolívia e o México depois que acolheu nove ou dez colaboradores de Morales, asilados ali após a renúncia do ex-presidente, em 10 de novembro, a partir de violentos protestos da oposição, motivados por acusações de fraude eleitoral.
Em vídeos caseiros divulgados nas redes sociais observam-se ao menos dois veículos da embaixada espanhola e pessoas com os rostos cobertos. Policiais bolivianos os interceptam, enquanto vizinhos perguntam aos gritos o que está acontecendo.
Os jornais espanhóis El País e El Mundo reportaram neste sábado que os encapuzados eram seguranças da embaixada espanhola, membros do Grupo de Operações Especiais, uma unidade de elite da Polícia, mas o Ministério de Relações Exteriores não confirmou a informação.