Um caso de envenenamento por bolo na cidade de Torres, no Litoral Norte gaúcho, deixou três mulheres mortas e outras duas pessoas internadas. O crime aconteceu na véspera de Natal de 2024, durante uma confraternização familiar. Sete pessoas estavam presentes na reunião e seis delas comeram o bolo.
A Polícia Civil, que investiga o caso desde que a primeira morte foi comunicada às 4h do dia 24 de dezembro, confirmou que a causa das mortes foi envenenamento por arsênio.
A substância letal foi encontrada em concentrações altíssimas no sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas, por meio de análises de 89 amostras, incluindo amostras da farinha encontrada na casa da família, e usada na preparação do alimento.
Sobre as vítimas
Entre as vítimas estão Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos. Ela era irmã de Maida Berenice Flores da Silva (59) e Zeli dos Anjos (60), foi quem preparou o bolo. Ela segue internada em estado estável na UTI do Hospital Senhora dos Navegantes.
Nas redes sociais, fotos mostram Neuza ao lado do neto Matheus, filho de Tatiana dos Anjos, que também consumiu o bolo e precisou ser internado na UTI, mas se recuperou e já teve alta.
Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos, era filha de Neuza Denize Silva dos Anjos, trabalhava como operadora de estacionamento e morava em Canoas (RS). Era casada e tinha um filho de 10 anos, Matheus. Em suas redes sociais, compartilhava momentos com o filho, especialmente em comemorações como Natal, Ano Novo e férias no litoral.
Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos. Ela também é irmã de Zeli dos Anjos e Neuza Denize Silva dos Anjos (65). Era professora e recebeu uma homenagem póstuma do Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal de Canoas.
Um comentário na postagem da homenagem diz: “Foi minha colega, é minha amiga e minha dinda [madrinha] do coração! Ser especial e muito amada por todos nós!! É inacreditável… força a todos nós, amigos e familiares!”.
Prisão e investigações
A Polícia Civil prendeu Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli, como principal suspeita do crime. As investigações apontam que ela teria motivações relacionadas a desavenças familiares que remontam a 20 anos atrás. A polícia, no entanto, afirma que as divergências, apesar de antigas, não seriam relevantes o suficiente para justificar o crime.
O caso segue sob investigação e a polícia aguarda o resultado da exumação do corpo do marido de Zeli, que morreu três meses antes do incidente, para verificar se há conexão entre as mortes. Apesar do tempo transcorrido, é possível que a perícia encontre substâncias como arsênio em seu corpo.