Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2024
O Ibovespa principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, a B3, operou em baixa na manhã dessa terça-feira (20), mas passou a subir e, no fechamento, atingiu um novo recorde: 136.087 pontos. Na máxima do dia, chegou a 136.330 pontos.
Investidores continuam atentos e otimistas com o cenário de juros nos Estados Unidos. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortes a taxa de juros americana, o que beneficia os investimentos em bolsa.
Nas últimas semanas, os mercados em todo o mundo estão animados. Na segunda (19), o Ibovespa, registrou seu recorde histórico de fechamento, aos 135.778 pontos, e zerou as perdas acumuladas em 2024.
O clima continua positivo enquanto dois acontecimentos dos próximos dias podem trazer ainda mais clareza sobre quais serão os próximos passos do Fed em relação aos juros nos Estados Unidos. Nesta quarta (21), a instituição divulgará a ata de sua última reunião, que traz mais informações sobre o que os dirigentes estão observando e pensando sobre a economia — e se devem realmente cortar as taxas.
Na sexta (23), os investidores estarão atentos ao discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, no Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole. Lá, ele deve compartilhar uma visão mais detalhada que o Fed tem sobre os dados da economia dos EUA, que também influenciam na decisão de juros prevista para setembro.
No cenário interno, investidores repercutem falas de autoridades. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, discursaram em uma convenção do banco BTG Pactual. As declarações de Campos Neto, em especial, colaboraram com o avanço do dólar.
“Ele disse que a elevação da Selic em setembro é uma possibilidade, mas não um compromisso do Copom com a alta dos juros, que já estava na conta do mercado”, destaca Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.
Mercados
Os agentes do mercado financeiro no mundo inteiro estão animados com a perspectiva de corte das taxas de juros nos Estados Unidos e esse é o principal fator de atenção ao longo de toda esta semana, principalmente com a ata do Fed e o Simpósio de Jackson Hole.
Uma queda nos juros dos EUA reduz os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (as Treasuries) e força os investidores a tomarem mais risco para terem rentabilidades melhores. Isso beneficia o mercado de ações como um todo.
“O mercado também aguarda a definição sobre a magnitude do corte de juros. Essa decisão impacta não só a cotação do real, mas as taxas de juros de todos os países”, diz Isabela Bessa, especialista em investimentos internacionais da Warren Investimentos.
Nesta quarta, o Fed deve divulgar a ata de sua última reunião, em julho. O BC americano manteve as taxas de juros americanas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas sinalizou que cortes podem começar no próximo encontro, marcado para setembro.
A inflação, principal dado observado pelo Fed para tomar suas decisões, continua acima da meta de 2% ao ano, mas mostra uma desaceleração. Em julho, o acumulado em 12 meses foi de 3,2%, mas os preços que traziam preocupação ao Fed mostraram um bom comportamento.
Já os dados do mercado de trabalho americano, que também podem prejudicar a inflação por conta de um aumento do consumo, também foram mais fracos do que o mercado esperava no último mês. Tanto que analistas chegaram a temer que uma recessão econômica pudesse estar a caminho nos EUA. Esse medo se dissipou nos dias seguintes, já que dados de atividade econômica na semana passada não confirmaram o receio.
O Fed se esforça para manter a inflação comportada, mas também quer evitar que a economia sofra uma paralisação brusca. Com isso, investidores e especialistas esperam que a instituição promova um corte nos juros de pelo menos 0,25 ponto percentual na próxima reunião — uma forma de não deixar a economia brecar, mas com parcimônia para não pressionar a inflação.